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Enviada em: 03/08/2018

"É no problema da educação que assenta o aperfeiçoamento da humanidade." A frase foi proferida pelo filósofo Immanuel Kant e exemplifica como a educação transforma as relações humanas. Porém, o conceito kantiano não se aplica as manifestações violentas eventualmente relatadas sobre o ambiente acadêmico, que respinga especialmente sobre o sexo feminino. Nesse viés, tornando a violência de gênero nas universidades um paradoxo para a compreensão racional.    Sob uma primeira análise, a responsabilidade sobre a ocorrência de violência de gênero nas universidades, recai sobre os fatores socioculturais instituídos. Nessa perspectiva, apesar das conquistas sociais, como o direito a educação e o voto, o sexo feminino ainda é marcado pelo estigma de "sexo frágil" e inferior. Dessa forma, tal preconceito é evidenciado no ambiente acadêmico pelo desmerecimento e humilhação de universitárias que frequentam áreas de predomínio masculino.    Além disso, algumas práticas culturais de "acolhimento" aos recém chegados na estrutura acadêmica mascara atos que violam a integridade humana. Com isso, a imposição de atitudes degradantes em trotes, como o descrédito moral e degradação física, tomam proporções maiores quando colocadas ao sexo feminino, havendo casos de assédio sexual e até estupro. Assim, distorcendo a imagem de segurança e crescimento das instituições universitárias.     Fica claro, portanto, que apesar da sensação de segurança, a violência de gênero ainda é problema evidente. Dessa forma, é necessária a ação do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no desenvolvimento de campanhas de debate nas faculdades públicas e privadas do país sobre os limites do trote e da cultura machista instituída nas universidades, visando conscientizar sobre as garantias de dignidade humana. Ademais, as instituições de ensino devem estar presentes nas interações sociais do campus, a fim de intervir quando necessário. Procedendo, assim, uma sociedade baseada no conceito kantiano de que a educação muda tudo.