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Enviada em: 03/08/2018

A violência de gênero é um problema social que atinge a todos os setores, inclusive o universitário. Atos dessa natureza representam uma contradição dentro de um ambiente de elevado nível educacional. No Brasil, os primeiros casos surgiram em 2014, com denúncias da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), com um caso de estupro, seguido da UNB (Universidade de Brasilia), que culminou com o suicídio de uma recém egressada estudante de direito.       Dados do Instituto Avon confirmam que 36% das universitárias brasileiras já se sentiram intimidadas nesses estabelecimentos, o que corrobora o fato de que esse fenômeno não tem classe social e que está  profundamente enraizado na cultura. Neste sentido, a universidade é o local ideal para a reprodução de muitos dos "ismos", como o machismo, o elitismo e o racismo, que são formas de violência associadas e que têm origens similares, como o desrespeito e a intolerância às diferenças.         O Brasil é quinto país em violência contra a mulher, o que é um verdadeiro paradigma social. Desde a Lei Maria da Penha (2006), a legislação sobre o assunto progrediu bastante, passando pela Lei do Feminicídio (2015) e por acordos internacionais dos quais o país é signatário (Portal Brasil).        Desse modo é importante que as políticas sobre gênero nas universidades continuem em voga para que se construa efetivamente uma agenda integrada contra a violência. Para isso, as instituições devem ter departamentos específicos que atuem em conjunto com a sociedade civil organizada, com foco na prevenção, proteção, assistência e responsabilização, através de campanhas de conscientização, cursos dirigidos a atualização profissional, cartilhas, pesquisas e organização de eventos e discussões. Às famílias cabe a responsabilidade por educar para se ter uma visão de equidade social mais ampla, que reconheça as diferenças e especificidades de cada ser humano, através da construção do diálogo cotidiano e da revisão de padrões culturais aprendidos.