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Enviada em: 16/08/2018

O Dia Internacional da Mulher, declarado oficialmente pela ONU em 1975, deveria ser uma data comemorativa, momento em que as conquistas sociais e políticas pudessem ser rememoradas. No entanto, a violência de gênero vivenciada nas universidades brasileiras indica que a luta pela igualdade não acabou e diversos entraves como a cultura do machismo e a falta de estruturação das instituições de ensino para lidar com o tema  ainda precisam ser ultrapassados.       O preconceito contra a mulher no ambiente acadêmico é reflexo de uma construção social, que durante décadas legitimou comportamentos machistas pois, como afirma Wânia Pasinato, socióloga e assessora da USP, não existe um dispositivo mágico para  a mudança de comportamento quando se ingressa na faculdade- se a sociedade é intolerante as universidades também serão. Nesse sentido, conscientizar, debater e orientar os indivíduos é crucial para combater a discriminação de gênero, já incrustada no senso comum de alunos e professores.       Ademais, o enfrentamento integral do tema, requer a adoção de políticas universitárias de prevenção, proteção e assistência às vítimas. Dentro dessa perspectiva, a Universidade Estadual do Ceará, por exemplo, implementou o Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres Vítimas de Violência. No entanto, na maioria das universidades brasileiras a responsabilização criminal do agressor ainda é a única forma que os gestores lidam com o problema.       Assim sendo, é preciso que a família e as instituições de ensino promovam o debate acerca da igualdade de gêneros, pois  através da educação é possível combater preconceitos e formar novos padrões de comportamento. Além disso, as universidade poderiam criar centros que incentivassem a prevenção e a identificação de crimes contra a mulher, disponibilizando o atendimento das vítimas por profissionais de assistência social e psicologia com objetivo garantir a existência de um ambiente acadêmico acolhedor e seguro para todos os estudantes.