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Enviada em: 18/08/2018

O mundo vive uma “revolução do gênero”. Percebê-la no dia a dia não é difícil, com as fronteiras de gênero cada vez mais borradas na moda, ruas e comportamento da população. Essa fluidez é ainda mais expressiva na indústria cultural, seja na música com a nova estrela Pabllo Vittar e seus milhões de seguidores, no sucesso da série “13 reasons why” que explora uma temática bastante discutida no cenário hodierno: a questão da violência de gênero. Na obra, garotas são vítimas de inúmeras formas de agressão física e psicológica, algo que extrapola a ficção e se faz incisivo no mundo real feminino.          É sabido que a inferiorização da mulher na sociedade é um problema estrutural com origem ainda na Antiguidade. Sob a premissa de que o sexo feminino era útil apenas no quesito procriação, as principais noções gregas de cidadania foram instituídas de modo a excluir todo esse grupo. Dessa forma, com o passar dos anos, embora tal concepção tenha sido aperfeiçoada e se estendido às mulheres, nota-se que os resquícios dessa visão misógina perduraram na Idade Contemporânea. Um caso que ilustra claramente essa situação acomete a história da cientista,  Marie Curie que, apesar de ter possuído um intelecto excepcional, esteve às sombras de seu esposo para alcançar credibilidade, sofrendo com os efeitos do machismo em suas pesquisas.       Não obstante a essa circunstância, cabe dizer que a incessante luta de figuras femininas por espaço no meio acadêmico torna-se ainda mais acentuada com a manutenção da percepção de superioridade de alguns homens, sejam eles colegas de classe ou professores. A frequente associação da mulher ao serviço doméstico elencada à sua objetificação no ambiente universitário ilustram categoricamente a falha da sociedade em enfrentar e combater a violência de gênero. Em conformidade com o pensamento do filósofo George Santayana, a falta de observação de imbróglios passados impede a possibilidade de progressos, algo observado na recorrência de casos de assédio sexual, desqualificação intelectual e, até mesmo, de estupro nesse cenário.       Dessarte, mediante o exposto, torna-se indubitável a urgência de medidas que venham mitigar tal situação. Para tanto, é interessante que os diretórios acadêmicos – responsáveis pela intermediação entre alunos e órgãos de representação geral – em parceria às reitorias das universidades, trabalhem no enrijecimento das normas que regem o tema violência de gênero. Desse modo, por meio do aumento da fiscalização e da punição daqueles que cometem práticas do tipo, é possível garantir academicista saudável para todas as mulheres. Ademais, é de grande valia que os setores audiovisuais das universidades promovam cartazes que, espalhados pelas salas e blocos das faculdades, preguem a demonização e a coibição dessa violência, assegurando, assim, o fim de repulsivos atos machistas.