Materiais:
Enviada em: 23/08/2018

Na música Lôraburra de Gabriel Pensador existe uma referência à violência contra a mulher, em um dos versos o cantor diz: " mas eu só vou te usar, você não é nada pra mim" e em outro verso ele canta: "mas eu quero mulheres inteligentes". Essa ideia cantada por Pensador é realidade nas universidades brasileiras, onde muitas mulheres sofrem assédio sexual na própria instituição. Esse problema precisa ser enfrentado e extinto das universidades.       É primordial destacar que 56% das universitárias do país já sofreram algum tipo de violência, seja moral ou física, segundo o Instituto Avon. Apesar desse número significativo existem poucas denúncias de casos de estupros ou assédios. Na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, apenas dois casos foram registrados durante os anos de 2012 a 2014, sendo que em nenhum deles houve punição. Isso faz com que seja consolidada essa prática nas universidades, já que sem punição as mulheres ficam mais receosas de denunciar, visto que podem sofrer mais perseguições e futuras ameaças.       Deve se abordar ainda que a naturalização da violência contra a mulher se tornou um malefício para a sociedade, consoante Sylvia Walby  "A violência masculina contra as mulheres é comum e repetitiva a ponto de constituir uma estrutura social". Isso faz com que frases como "você é bonita, não precisa estudar" e "você ainda vai ser minha" constituam o cotidiano dos estudantes e não sejam vistas como ameaças, favorecendo, assim, a construção de universidades machistas e violentas.       Evidencia-se, portanto, que a violência nas universidades é realidade e precisa ser combatida. Para isso, faz-se necessário que a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres em parceria com os centros universitários criem postos de denuncia e acompanhamento de vítimas nas próprias instituições, para assegurar apoio e proteção às vítimas e punição aos agressores. Ademais, a promoção de palestras para os estudantes, com a presença de vítimas e movimentos feministas contribuirão para encorajar as vítimas a denunciarem e conscientizarem a todos.