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Enviada em: 05/09/2018

Machismo enraizado       Marie Curie, brilhante cientista do século XIX, foi impedida de entrar em uma universidade pelo simples fato de ser mulher. Atualmente, apesar das conquistas realizadas a favor da igualdade de gênero, vê-se que o pensamento reduzido a objetificação e sexualização da mulher ainda persiste e se reflete em um fenômeno atual: a violência de gênero nas universidades, que manifesta-se em atos como estupro e assédio, por exemplo. Além disso esse fenômeno também prevalece por conta da frequente omissão das autoridades dessas instituições.        Indubitavelmente, o fato de a sociedade brasileira ter sido fundada com base machista acarreta na continuidade desse tipo de comportamento. Só pra ilustrar, nos tempos coloniais era comum que o senhor de engenho forçasse suas escravas a lhe satisfazerem sexualmente. No entanto, hoje, embora não pertençamos mais a tal regime, a inferiorização da mulher pelos homens, seja intelectual ou fisicamente, faz-se intrínseca ao ambiente universitário, o que amedronta e incomoda as alunas.       Outrossim, salienta-se que a omissão das autoridades dessas instituições, como professores e reitores, contribui para perpetuação de tais crimes, visto que, muitas vezes, tem-se a política de amenizar o ato e desencorajar a denúncia, a fim de não "sujar" seu nome. Com isso, vê-se que o mundo moldou-se ao pensamento de Maquiavel, que resume-se em "os fins justificam os meios", porquanto ainda que seja condenável omitir-se perante tais violências contra a mulher, em prol de manter a imagem da instituição intacta, força-se o sigilo.       Em suma, é essencial que a violência de gênero nas universidades seja combatida, moldando o pensamento masculino e penalizando tais crimes. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Cultura, em parceria com agentes midiáticos, façam campanhas de desconstrução do pensamento machista, através de propagandas que exaltem o intelecto da mulher e condenem sua objetificação, a fim de que a mulher alcance o respeito merecido. Ademais, as reitorias das universidades devem estimular a denúncia por parte da vítima, acolhendo-a física e psicologicamente, para que, assim, mulheres possam se sentir seguras no ambiente universitário e, com isso, o paradigma da objetificação feminina possa ser quebrado.