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Enviada em: 10/10/2018

Na atualidade, um grande problema a ser combatido é a violência contra a mulher, que se arrasta há anos, motivada por séculos de inferiorização do gênero. Visto isso, nota-se que esse imbróglio se faz acentuadamente presente no ambiente acadêmico: em 2015, em uma pesquisa promovida pelo Instituto Avon, mostrou que 2 a cada 3 universitárias já sofreram algum tipo de violência no ambiente acadêmico. Nesse contexto, é necessário uma análise acerca das raízes que colaboram com a permanência do problema, buscando aniquilá-las a fim de preservar o direito à educação.   A priori, é importante lembrar que a presença da mulher no mundo acadêmico foi tardia, partindo da premissa que suas funções eram serviços doméstico, satisfação sexual e procriação, tornando o acesso à educação algo problemático às mulheres desde então. Um caso que ilustra claramente essa situação acomete a história da cientista Marie Curie que, apesar de sua inteligência sem precedentes, esteve às sombras de seu esposo para alcançar credibilidade, sofrendo com os efeitos do machismo em suas pesquisas, no século XIX. Os resquícios dessa visão misógina na contemporaneidade colabora com a violência de mulheres dentro das universidades, em que a manutenção do pensamento de superioridade masculina muitas vezes resulta em violência verbal, física e casos de estupro.   Ademais, a violência de gênero dentro de universidades, que supostamente abriga as pessoas mais bem desenvolvidas intelectualmente, fere a liberdade de cátedra feminina. A mesma pesquisa citada anteriormente mostra que 36% das alunas já deixaram de fazer alguma atividade dentro da faculdade por se sentirem medo. Portanto, a permanência desses casos mostra uma clara quebra dos Direitos Humanos, que prevê acesso irrestrito à educação.    Destarte, torna-se urgente a adesão de medidas que venham mitigar tal situação. A exemplo de outras universidades brasileiras, como a UECE, as faculdades devem criar núcleos de apoio às alunas e funcionárias que sofreram qualquer tipo de violência, que conte com apoio jurídico eficaz para investigar e punir com multas e expulsão os transgressores. Junto a isso, o apoio psicológico é primordial, e deve ser feito com terapias coletivas ou individuais para casos mais graves. Além dessas medidas, é importante que desde a recepção dos calouros a universidade declare repudio a crimes de violência de gênero, promovendo palestras e espalhando cartazes pelo campus. Desse modo, enfrentaremos o problema da violência de gênero, garantindo o direito à educação e proporcionando um ambiente seguro para as alunas.