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Enviada em: 02/10/2018

Os 12 anos de vigência da "Lei Maria da Penha" representam um avanço no combate à violência contra a mulher, porém, a sociedade tem uma visão da legislação restrita apenas à agressão doméstica. Dessa forma, se tem uma ideia de que a violência de gênero em ambientes universitários tem isenção de punição, o que é uma falácia. A partir desse contexto, revela-se uma falha do processo educacional e de formação dos homens, assim como uma ignoração por parte das universidades, que tem gerado consequências negativas.      Nesse ínterim, a universidade não pode ser dissociada da realidade social, pois, ambas devem ter uma relação de complemento. Assim sendo, o ambiente acadêmico é um reflexo da sociedade, ou seja, a violência contra a mulher no cotidiano é espelhada nos centros universitários. Mas, infelizmente, a universidade é camuflada por uma utopia de lugar perfeito e ideal que, por sua vez, oculta o combate necessário aos casos de violência. Além disso, comprova-se uma falha do sistema educacional de base, que está tendo uma progressão ao ensino superior, formando homens machistas e violentos em cadeia.      Indubitavelmente, as consequências dessa situação reverberam na violência contra a mulher que cada vez mais sente-se oprimida. Segundo o site "Vix", quatro em cada dez alunas revelaram sentir medo de ser vítima da violência no ambiente universitário. Como exemplo, a série estadunidense "13 reasons why" relata uma consequência crescente entre mulheres vítimas de violência de gênero em ambiente acadêmico, o suicídio. Tragédias como essa reforçam a omissão e negligência da direção das universidades  que não oferecem o suporte ideal.      Portanto, em virtude dos fatos mencionados, faz-se necessária uma intervenção sobre o tema. Dessa maneira, o sistema educacional requer uma reformulação para reparar os erros, pois, segundo Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Deste modo, o debate para alinhar uma educação de gênero é uma solução para identificar e agir sobre a  problemática, assim, cabe ao Ministério da Educação promover congressos a níveis estaduais, regionais e nacional com representantes - discentes e docentes - das escolas e universidades, a fim de elaborar medidas de prevenção e tratamento do assunto no meio acadêmico com os alunos. Sendo assim, é fundamental que o combate à violência de gênero receba um protagonismo no ambiente universitário.