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Enviada em: 06/10/2018

O livro “Easy” da autora Tammara Webber explora uma temática bastante discutida no cenário hodierno: a questão da violência de gênero. Na obra a protagonista é vítima de estupro dentro da universidade, algo que extrapola o universo literário e se faz presente na realidade das universitárias brasileiras. Contudo, dois aspectos fazem-se relevantes para tal problemática: um legado sociocultural e a constante impunidade do agressor.     É irrefutável notar que a violência contra mulher transcorre a linha do tempo de nossa sociedade. Desde a antiguidade clássica, uma visão androcêntrica e patriarcal mantêm-se presente, na qual faz do gênero feminino uma demonstração de fraqueza e subordinação. Embora essa ideologia tenha sido desmistificada, os “efeitos colaterais” de um rastilho histórico ainda demonstram-se presentes na contemporaneidade, fato mostrado com o caso da pesquisadora Rosalind Franklin, a qual obteve os méritos de sua pesquisa dados a outros dois cientistas.      Além disso, cabe analisar como a atitude do assediador passa impune no meio universitário. A Lei Maria da Penha, número 11.340/06, assegura proteção a mulher contra qualquer tipo de discriminação e violência a ela direcionado. Todavia, ao analisar a questão das universidades brasileiras, percebe-se que o assédio sexual e casos de violência moral, psicológica e física ainda encontram-se enraizados, sendo praticadas por professores e alunos. Dados publicados pela revista Vix mostram que 42% das alunas já sofreram com algum ato supracitado. Tais estatísticas demonstram a complexidade da situação e que medidas devem ser tomadas.      Consoante Jean-Paul Sartre: “ A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”. Urge, portanto, que subterfúgios devem ser tomados. Cabe à Direção Acadêmica, juntamente com à Reitoria das universidades, criar o projeto “SOS Mulheres”, o qual visa treinar profissionais para fiscalizar e punir com multas, suspensão e denúncia aos órgãos públicos, aqueles que cometem práticas do tipo. Ademais, compete ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) liberar podcast sobre o assunto nas redes sociais e comerciais nos meios televisivos, para que mais pessoas se conscientize sobre o que é a violência de gênero e os males que ela causa. Somente assim o cenário será modificado.