Materiais:
Enviada em: 05/10/2018

Na obra "O Primo Basílio", o autor Eça de Queiroz exprime com detalhes a vida monótona da personagem Luísa. Durante a narrativa a senhorita demonstrava que saber ler e escrever era o suficiente para as mulheres do século XIX. Nessa perspectiva, percebe-se que, no Brasil, o fenômeno da violência de gênero nas universidades tem crescido ao longo dos anos, fruto da perpetuação de valores ultrapassados.       Em primeiro plano, existe a persistência da cultura do machismo, haja vista, que o sexo feminino é idealizado na sociedade como sendo frágil o que gera desigualdade no ambiente universitário. Nessa conjuntura, sob o olhar do sociólogo Émile Durkheim, o fato social é dotado de coercitividade, exterioridade e generalidade. Logo, a discriminação parte de um grupo de pessoas com a mesma forma de pensar e agir, com ideais divergentes sobre os demais, ocasionando o abuso de poder.            Em uma análise mais aprofundada, é notório que a continuidade da coerção ocorre também pela falta de impunidade. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, sob opressão simbólica, a violação dos direitos humanos não se manifesta apenas no embate físico, mas na disseminação do preconceito. Analogamente, as diversas manifestações de ataque a integridade moral, implicam em casos de homofobia, estupro e racismo dentro das instituições de ensino superior.           Fica evidente, portanto, que a violência de gênero está ligada a um contexto sócio-histórico. Assim, cabe ao Ministério da Educação promover punições mais severas aos discentes que compactuem com esse tipo de comportamento, por meio, do aprimoramento do DCE -Diretório Central dos Estudantes- para situações de denúncias e assistência às vítimas, com a participação de psicólogos. Para assim, atenuar acontecimentos desagradáveis no cotidiano dos jovens e minimizar situações de propagação de valores obsoletos como o de Luísa.