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Enviada em: 08/10/2018

Violência de gênero: o pesadelo das universitárias.    Registros recentes de seis tentativas de suicídio dentro do curso de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) em conjuntos com outros dados que revelam 10 casos de estupro, tortura e homofobia, publicados pela revista Veja, colocam em pauta o ambiente real das universidades brasileiras. A violência de gênero é um dos maiores problemas dessas instituições e portanto não pode ser ignorada. Assim, deve-se enfrentar tal problema através da união entre Estado, sociedade, professores, coordenadores e alunos que, em conjunto, devem criar políticas de acolhimento às vítimas, prevenção de novos crimes e adequada punição dos criminosos.      É importante salientar,  de início, que segundo o site Vix, 42% das estudantes já sentiram medo de sofrer violência dentro do ambiente universitário, enquanto 36% já deixaram de fazer alguma atividade por medo. Esses dados mostram que a cultura machista oprime as mulheres também dentro das instituições de nível superior, não permitindo que as mesmas aproveitem as mesmas oportunidades acadêmicas que os homens por receio de serem violadas.    É válido salientar, ainda, que a culpabilização da vítima alimenta a violência de gênero. Há alguns anos a ex estudante universitária Geisy Arruda precisou ser escoltada pela polícia para sair de uma faculdade enquanto era assediada por dezenas de alunos e subjugada por professores em suposto detrimento de um vestido que a jovem usava. Esse caso ilustra o machismo e a cultura do estupro, a qual atribui ao homem o suposto direito de assediar e estuprar caso a vítima esteja com roupas consideradas inadequadas ou apresente comportamento vulnerável, como a embriaguez.     Em virtude dos fatos apresentados, conclui-se que a violência de gênero precisa ser enfrentada nas universidades brasileiras. Para isso, é necessário que cada instituição de ensino crie políticas internas para a prevenção de crimes e acolhimento das vítimas. Isso deve inclui a distribuição de panfletos sobre o assunto, debates, criação de grupos de apoio, contratação de mais psicólogos e a fundação de uma ouvidoria para facilitar as denúncias e encaminhamento das mesmas para a delegacia da mulher. Além disso, o Governo Federal deve disponibilizar verbas para o maior investimento em segurança dentro dos campus, para que assim as mulheres possam aproveitar as oportunidades acadêmicas igualitariamente. E também, o Ministério da Educação deve inserir a discussão sobre questões e violência de gênero como matéria básica em todos os cursos de graduação no território nacional. Com isso, espera-se que com o passar dos anos a barbárie das instituições de ensino superior diminuam, uma vez que o problema estará sendo enfrentado em conjunto.