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Enviada em: 17/10/2018

A violência, independente da sua manifestação, é sempre uma derrota. O pensamento do francês Jean Pierre Sartre nos permite refletir, em nossos dias, sobre como os casos de violências de gênero nas universidades representam um problema a ser  enfrentado de forma mais efetiva pela sociedade brasileira. Nesse sentido,convém analisarmos as principais causas dessa problemática em nosso país.  Inicialmente, é válido apontar a negligência das diretorias acadêmicas como um fator de relevância para o aumento nos casos de agressões dentro desses campos, tendo em vista a proteção oferecida aos autores desses crimes. De acordo com o Instituto AVON, 28% das mulheres universitárias são vítimas de assédio sexual e ao procurarem ajuda são orientadas a não fazer nenhuma denúncia, pois as Universidades têm que ser preservadas e acusações como essa afetariam diretamente a sua imagem. Lamentavelmente a perspectiva de proteção dentro dos centros universitários é paradoxal, já que quem realmente precisa ser protegido é obrigado a se calar diante da situação de insegurança na qual se encontra.   Ademais, a necessidade de aceitação dos calouros é outro aspecto importante para esse cenário, já que o medo do isolamento acadêmico facilita a ocorrências de brincadeiras violentas. Segundo a Constituição Federal, trotes universitários são considerados crimes, pois ferem os direitos dos cidadãos; entretanto, tal condição não impede as ações agressivas contra negros e homossexuais dentro dos centros acadêmicos, uma vez que a intenção dessas práticas é ofender e humilhar as vítimas.  É lamentável ter a ideia de que em uma nação signatária  dos Direitos Humanos, atividades rudes e que ferem as diretrizes do homem ainda sejam cometidas de forma tão recorrente e sem receber nenhuma punição.   Desse modo, a fim de diminuir as derrotas causadas pela  violência, é necessário que o Governo crie políticas mais rígidas para punir os autores desses crimes, por meio da inserção de delegacias dentro e próximas às Universidades, com a fiscalização rigorosa desses campus, sem ignorar nenhuma  situação suspeita , a fim de garantir que todos os abusos e atos violentos sejam denunciados e penalizados. Espera-se,com isso, tornar as instituições locais adequados e seguros para toda a população brasileira.