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Enviada em: 08/12/2018

A Constituição brasileira prevê igualdade de gênero em todas as esferas da vida social, entretanto esse preceito teórico não é colocado em prática em diversas situações de cotidiano de milhares de mulheres brasileiras, sendo que parte delas ocorre dentro do ambiente universitário. Nesses locais, além do machismo e da objetificação do corpo feminino, as mulheres podem ainda sofrer com os esteriótipos de incapacidade intelectual, o que leva à violência de gênero e à chamada fuga de cérebros.       A priori, é mister destacar que a conquista ao direito de frequentar cursos universitários, pelas mulheres, foi uma luta histórica que permanece até a atualidade. Não raro, as moças que preferiam os bancos acadêmicos às lides domésticas, eram excluídas dos grupos sociais femininos e tachadas por "indecentes". Essa situação não deixa de ocorrer nos dias de hoje, já que muitas mulheres sofrem preconceito ao ingressar em determinados cursos, principalmente naqueles predominantemente masculinos, como os da área das Exatas. Nesse sentido, conforme as ideias apresentadas no livro "Mulheres do Brasil: uma história mal contada", a discriminação à mulher nos meios acadêmicos não se restringe somente aos colegas homens, mas também a docentes e até mesmo outras mulheres.       Além disso, num país dito democrático e igualitário, a situação enfrentada por mulheres nas Universidades brasileiras, tais como estupro e a violência física em si, assemelham-se a de países totalmente retrógrados no sentido de igualdade de gênero, tais como os dominados por fundamentalistas islâmicos. Como aponta a obra "Livreiro de Cabul", a mulher no Afeganistão não tem voz e convive com a desigualdade institucional. Em comparação, embora no Brasil haja garantia legal de igualdade, na prática ela está longe de ser conquistada. Essa conjuntura, ademais, acaba por gerar o fenômeno conhecido como "fuga de cérebros", isto é, mulheres capacitadas acabam por deixar o país em busca de um local onde possam exercer sua formação, livres do preconceito e da violência.       Assim sendo, aponta-se a necessidade de combate à violência de gênero nas Universidades brasileiras. Nesse sentido, é fundamental que o Ministério da Educação, por meio das Reitorias dos centros Universitários, atue no sentido de elaborar campanhas e ações destinadas ao combate à discriminação e à inclusão da mulher no meio acadêmico, visando à preservação da integridade feminina, da igualdade entre os gêneros e à manutenção do potencial intelectual do Brasil.