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Enviada em: 24/03/2019

Conforme previsto no Artigo °20 da lei maria da penha, toda mulher, independentemente da raça, classe ou orientação sexual, goza de todos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhes assegurada as oportunidades para viver em segurança e preservar sua saúde física e mental. Todavia, a pratica distorce a teoria, uma vez que apesar de muitas conquistas garantidas, as mulheres ainda sofrem diariamente diversos tipos de violência, sejam elas físicas ou psicológicas, nas universidades – fruto da inoperância universitária e da enraização do machismo na sociedade.    Primeiramente, é importante destacar que, a negligência das universidades corrobora com a permanência de inúmeros casos de violência de gênero, visto que mais da metade das instituições não investiga de forma atuante a maioria dos casos de assédio sexual relatados pelas universitárias, que, muitas vezes, são desencorajadas pela própria diretoria ao ato de fazer denúncias. Sob essa ótica, uma pesquisa feita pelo Instituto de Geociências, da Universidade Federal de São Paulo, revelou que 69% das alunas foram vítimas de assédio por parte de alunos e professores. Dessa forma, o centro universitário, que deveria ser apenas um local seguro, tornou-se um ambiente omisso e burocrático, em prol de manter a imagem da instituição intacta, e a impunidade dos agressores.     Além do fator negligencial, a persistência do machismo também é um fator que contribui para a cristalização do problema. Tendo isso em vista, de acordo com a socióloga britânica Sylvia Walby, “a violencia masculina contra as mulheres é comum e repetitiva a ponto de construir uma estrutura social”. De maneira análoga, muitos alunos e professores nas universidades, por estarem imersos em uma sociedade patriarcal, reproduzem comentários e piadas desrespeitosas que desqualificam a competência profissional da mulher e as reduzem a um objeto de satisfação masculina, visto que o corpo social acaba por banalizar o assédio e incentivar os homens a praticarem atos que intimidam e oprimem a figura feminina.    É primordial, portanto, combater o quadro de violência de gênero nas universidades brasileiras. Logo, o Departamento de Educação, juntamente com a Policia Federal, deve fiscalizar a maioria dos casos de violência relatados nos centros universitários, através de pontos de atendimento, via telefonia e internet, com o objetivo de receber denúncias que refletem quaisquer atitudes machistas e apurar as atitudes negligentes dos centros educacionais. A diretoria, por sua vez, deve criar um núcleo de acolhimento, jurídico e psicológico, para atender e orientar as vitimas de abusos dentro da instituição além de criar campanhas de conscientização sobre o respeito as diferenças. Desse modo, só assim será garantido as mulheres à segurança e o bem-estar social assim como previsto na Lei Maria da Penha.