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Enviada em: 07/03/2019

Percebe-se que, desde o Iluminismo - processo desenvolvido para corrigir as desigualdades sociais - uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa o alto índice de violência de gênero nas universidades no país, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria, e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país. Nesse contexto, convém analisar-se as principais causas de tal postura negligente para a sociedade brasileira.  Sob esse viés, é inegável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo da educação Paulo Freire, se a educação por um lado, não altera o mundo, por outro sua ausência torna inviável qualquer mudança. De maneira análoga, tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em projetos e medidas na base educacional que incentive a erradicação da violência de gênero no território brasileiro, e devido à falta de administração e fiscalização pública por parte de algumas gestões, isso não é firmado.  Outro ponto relevante, nessa temática, é que atrelado a violência de gênero, o preconceito social é um impulsionador desse impasse. Nesse sentido, o sociólogo Durkheim afirma que, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de raciocínio, percebe-se que é de extrema necessidade de que ocorra uma mudança da mentalidade social.  Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para atenuar a problemática. Cabe aos cidadãos repudiar a violência de pessoas por seu gênero, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a prevalência de uma ação preconceituosa sobre a população. O Governo Federal, por sua vez, deve, por meio do poder legislativo implantar leis que diminuam a elevada taxa de indivíduos que são vítimas diariamente de atos violentos, devido ao seu gênero, além de promover campanhas de abrangência nacional, afim de que haja uma mudança das atitudes sociais; e também realizar políticas públicas que promovam a igualdade gênero. Dessa forma, o Brasil se tornará um país que pratica os ideais iluministas, beneficiando toda a população.