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Enviada em: 03/08/2019

Brás Cubas, autor defunto de Machado de Assis, relata em suas " Memórias Póstumas" que não teve filhos e assim não transmitiu seu legado de miséria.Talvez hoje ele percebesse o quão certo foi a sua decisão,pois a violência que as mulheres sofrem atualmente está diretamente ligadas a hábitos e atitudes machistas como " olha o tamanho da saia dela " ou " ela não deveria ter exagerado na bebida" e tem o objetivo único e exclusivo culpar as vítimas e justificar as ações praticadas pelos agressores, tornando um problema social grave que carece de decisões que resolvam tais impasses.   Em primeiro lugar,é importante ressaltar que, embora o ambiente universitário devesse ser de interações educativas e profissionais,tem sem mostrado um espaço de disseminação de violência contra as minorias.Estas que por sua vez são verbais e físicas, agravando uma prática que se abrange para fora dos limite da instituição, dando continuidade ao patriarcado histórico que assola a sociedade brasileira desde o período colonial e faz com que homens ainda hoje se sintam superiores em relação as mulheres.   Outrossim, a falta de segurança, a impunidade e em alguns casos a abstenção das autoridades das universidades têm contribuído para que tais práticas sejam recorrentes.Nessa perspectiva as mulheres estão cada vez mais reféns do medo de serem violentadas, o que é evidenciado em uma pesquisa realizada pelo instituto Avon, em que 42% das mulheres não se sentem seguras nos campus das universidades, dados que contrariam veementemente do pensamento que o filósofo Joh Locke detinha, o qual defendia que o homem nasce naturalmente livre e é dever das autoridades, por intermédio do contrato social garantir a liberdade individual de cada um, colocando em vigor leis já legisladas  e asseguradas pela Constituição Cidadã.   Logo, medidas são necessárias para solucionar os problemas apresentados.As universidades têm um papel primordial para combater a violência e consequentemente proteger os direitos dessas estudantes.Mas, para que isso ocorra  de forma eficaz, estas deverão abrir núcleos de denúncias pelo campus e punir severamente os agressores. Já para as vítimas,a instituição deverá fazer um acompanhamento pós traumático através de sessões de terapia, para que possa amenizar o dano causado a essa vítima, pois somente assim a sociedade contemporânea se diferirá de Brás Cubas, não transmitindo seu legado de penúria.