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Enviada em: 31/08/2019

Ao analisar a historicidade, com a democratização do acesso ao ensino superior, a partir do século XIX, foi possível o ingresso de diversos grupos que, outrora, haviam sido excluídos desse processo, tais como: mulheres, negros, etc. No entanto, apesar desse avanço com relação a entrada desse grande contingente de cidadãos, na contemporaneidade, observa-se uma crescente onda de violência física e/ou psicológica dentro das universidades, principalmente contra o grupo feminino. Isso decorre, devido a existência, ainda, de preconceitos históricos-sociais atrelados ao gênero, bem como a carência de ações nessas instituições para  lidar com essa problemática. Dessa maneira, é imprescindível medidas educacionais e institucionais para amenizar a violência de gênero nas universidades brasileiras.   Convém salientar, a princípio, que a violência contra o gênero, principalmente feminino, nas universidades do país, é fruto da ideologia histórica presente nas diversas sociedades. Isso pode ser comprovado, através do livro O segundo Sexo de Simone Beauvoir, no qual menciona a hierarquia social do gênero masculino, que sempre existiu através da história, formulando o conceito de mulher, e delegando-a um papel doméstico e, por consequência, submisso ao homem. Nesse sentido, embora haja, por meio da universidade, uma maior emancipação do grupo feminino, esses locais tornaram-se o maior exemplo dessa opressão, devido aos muitos casos de machismo e violência, sobretudo, sexual e psicológica como informa a revista Veja. Desse modo, é notório que ainda impera nos espaços acadêmicos as desigualdades de gênero, impedindo uma plena integração dos seres humanos.     Outrossim, é cabível ressaltar, que a universidade deveria ser vista como um espaço de tolerância e proporcionasse um intercâmbio de ideias. Entretanto, segundo o site VIX, cerca de 42% das alunas têm medo de sofrer violência sexual no ambiente acadêmico, deixando, até mesmo, de praticar alguma atividade relacionada ao curso. Além disso, casos de homofobia e preconceito racial também fazem parte dessa realidade, como evidencia o IBOP, afentando 17% dos estudantes. Nesse viés, Isso mostra que as instituições não conseguem proteger e assegurar os direitos dos indivíduos que usufruem desses espaços e, tão pouco, promover um ambiente de acolhimento às diversas vítimas.     Portanto, percebe-se que medidas se fazem necessárias para amenizar essa problemática nas universidades. Para tanto, é imperativo que o Ministério da Educação promova, em conjunto com as diversas instituições de ensino superior, debates e rodas de conversa sobre a desigualdade de gênero, com o intuito de vencer esse impasse histórico, proporcionando, dessa forma, um maior engajamento dos alunos sobre o assunto. Ademais, cabe a instituição promover um site especializado em denúncias para que os alunos sejam incentivados a expor os casos. Assim, esse local, de fato, será integrativo.