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Enviada em: 09/03/2017

Verifica-se, no Brasil, a ampliação progressiva do quantitativo de reportagens jornalísticas que retratam o elevado índice de violência infantil em âmbito doméstico.Nesse contexto, torna-se evidente a falta de cumprimento pleno das premissas e direitos presentes no Estatuto da Criança e do Adolescente. Tais circunstâncias ocorrem devido à desestruturação familiar e à perpetuação de formas simbólicas,intrínsecas e veladas de agressão no meio social.     Cabe ressaltar, inicialmente, que o crescimento de jovens em ambientes inapropriados, marcados por condições extenuantes e deturpadas de vida,assim como pela constante exposição infantil às formas de violência, são elementos que agravam o desenvolvimento social e moral desses indivíduos. Sob essa ótica, observa-se que grande parcela dos responsáveis que são desequilibrados psicologicamente e usuários de drogas lícitas e ilícitas,utilizam os abusos físicos,morais e gratuitos para externar seus devaneios e para fugir da realidade vigente.Desse modo, a falta de organização familiar sólida compromete o processo de socialização primária infantil, no qual as crianças assimilam hábitos, costumes, tradições, normas,valores morais e interagem com outros grupos.      Destaca-se, ainda, que a manutenção de gestos e atitudes violentas implícitas e naturalizadas, expressas por abusos de cunho moral, psicológico, ideológico e físico, restringe o combate por parte dos cidadãos a tais práticas.Dentro dessa perspectiva,analisa-se como violência, não só os atos de violação física,mas também, as humilhações, as ameaças de abandono, os abusos sexuais, a exploração do trabalho infantil, a negligência quanto ao acesso dos direitos sociais e a privação das liberdades individuais. Dessa forma, torna-se perceptível que o caráter velado das manifestações de agressão infantil, inviabilizam o reconhecimento,a denúncia e o combate desses crimes por parte de vizinhos, parentes, médicos e  educadores.     Sendo assim, constata-se que a escassez de bases sólidas familiares, acrescida da permanência de mecanismos silenciosos e simbólicos de violência, são fatores responsáveis por dificultar a redução dos atos abusivos sofridos por crianças e adolescentes no Brasil. Faz-se necessário, portanto, que as escolas e hospitais forneçam aos jovens e a seus responsáveis, acompanhamento psicológico e pedagógico gratuito, a fim de minimizar os conflitos familiares e as  agressões domésticas.É fundamental,também, que as mídias jornalísticas, através da televisão, do rádio e das redes sociais, divulguem cartilhas,desenvolvidas por pediatras e psicólogos, que contenham orientações de como desvendar de forma mais clara e  imediata os casos de violência infantil. Desse modo, ao adotar tais medidas será possível garantir um desenvolvimento infantil sadio, digno e pleno.