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Enviada em: 19/03/2017

Garantir os direitos da criança e do adolescente não tem sido tarefa fácil diante de um conceito errôneo do educar naturalizado no seio da maior parte das famílias brasileiras. Ainda que, diversos órgãos nacionais e internacionais estejam muito empenhados na promoção de campanhas educativas, as agressões, mortes e tantos outros tipos de crime contra a infância e juventude continuam ocorrendo sem precedentes.   Segundo reportagem do Correio Brasiliense, a maior parte das violações é cometida pelos genitores, sendo as mães as principais responsáveis pela violência doméstica seguida dos pais. Isso ratifica o quanto a sociedade civil ainda nos dias de hoje, tem um conceito inadequado de educação no lar. Bater dificilmente ensina. Pelo contrário, além da dor traz sofrimento, mágoa, tristeza e tantas outras sequelas psicossociais. Infelizmente, a palmada corretiva tem sido muito utilizada porque boa parte das pessoas não intervêm, já que acha não haver nada demais em se ensinar desse modo e, consequentemente não disca 100 e nem usa o aplicativo Proteja Brasil. O grande problema dessa naturalidade é acontecer inúmeros casos como o de Alex em que as palmadas foram além do limite e ele ter sido assassinado porque deveria se comportar como homem, de acordo com o depoimento do pai algoz.   No Brasil, segundo artigo de Terezinha Soares 18 mil crianças são agredidas por dia, 750 por hora e 12 por minuto. E mesmo com tantas campanhas por parte do Estado e toda uma legislação em favor dos direitos infanto-juvenis atos cruéis continuam a ocorrer e os números são assustadores, já que para o Ministério da Saúde apenas 10 a 15% dos casos são registrados no SUS devido à gravidade sendo, portanto, os outros (maioria) subnotificados. Garantir que os menores indefesos não continuem sofrendo com tantos abusos (abandono, violência física, psicológica e sexual, negligência e maus-tratos) será ainda árdua tarefa enquanto as famílias não compreenderem seu verdadeiro papel como base na formação geral do indivíduo. Bater não é a melhor alternativa porque enfoca no erro. Ademais, as violências são geradas por fatores como: desestrutura familiar, alcoolismo, uso de drogas e também descontrole emocional (impaciência).   Mesmo com a eficiência de órgãos como o Unicef, a ONU e ainda a legislação, o ECA, os Conselhos Tutelares, o Disque 100 e o Proteja Brasil é necessário que outros profissionais mais próximos das famílias como professores, enfermeiros e médicos se envolvam no processo de educação continuada de genitores por meio de atividades diversificadas incentivadoras de outros métodos educativos e de cuidados. Punição eficaz também é fundamental para coibir tanta crueldade, garantir os direitos da infância e adolescência e transformar essa dolorosa realidade que independe de classe ou gênero.