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Enviada em: 19/03/2017
Desde o iluminismo, já sabemos - ou deveríamos saber - que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto quando se observa a violência infantil no Brasil em pleno século XXI, percebe-se que esse ideal iluminista é verificado na teoria e não desejavelmente na prática. Muitos importantes passos já foram dados na tentativa de se reverter esse quadro. Entretanto, para que seja conquistada uma convivência realmente democrática, hão de ser analisadas as verdadeiras causas desse mal. Em uma primeira abordagem, é importante sinalizar que, ainda que leis como a Lei Menino Bernado tenham contribuído para o crescimento do número de denúncias relacionadas a violência infanto-juvenil ainda se faz presente uma limitação. Prova disso é o medo da denúncia, mesmo sendo garantido a pessoa o anonimato. Segundo dados da Unicef a cada dia, em média 129 casos de violência psicológica e física são reportados ao Disque denúncia 100. De acordo com a mesma fonte a maioria delas (cerca de 80%) ocorrem em recinto familiar. Em uma análise mais aprofundada, deve ser considerados fatores "educacionais" brasileiros. Deve-se isso pelo fato da maioria das ocorrências de violência serem justificadas como meio educativo e socializador. Além disso, é importante salientar, que a agressividade corporal não é a unica maneira de intimidação as crianças. Uma vez que, condutas que humilhem, ameacem gravemente ou ridicularizem crianças e adolescentes devem ser considerados e punidos Torna-se evidente, portanto, que a violência infantil deve ter fim na sociedade civil. Ao Poder Judiciário, cabe fazer valer as leis já existentes, oriundas de inúmeros discursos democráticos. A mídia, por meio de ficções engajadas, deve abordar a questão instigando mais denúncias – cumprindo, assim, o seu importante papel social. A escola, instituição formadora de valores, junto às Ong's, deve promover palestras a pais e alunos que discutam essa situação de maneira clara e eficaz.