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Enviada em: 14/03/2017

As famílias brasileiras carregam um legado patriarcal, em que a figura paterna é enfatizada como a detentora de maior poder de controle dentro da casa. Essa hierarquização familiar torna a mãe e os filhos submissos ao pai, e cria-se então uma dinâmica desigual na medida em que a mulher é incumbida de cuidar dos filhos, e esses de serem obedientes e respeitosos com os pais. Entretanto, a educação dessas crianças e adolescentes, se deu de forma punitiva e não instrucional, fato que reflete hoje uma sociedade com aumento significativo de violência física e psicológica infantil dentro do próprio seio familiar. Apesar do caráter punitivo educacional dentro dos lares brasileiros ser naturalizado socialmente, diante de tantos casos que surgiram de crianças levadas a óbito por espancamento, essa prática foi criminalizada. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) vem conduzindo investigações e trabalhando para que se faça cumprir as leis de garantia dos direitos das crianças e adolescentes brasileiros. Contudo, os crimes de agressão física são ainda pouco denunciados. Não possuindo voz ativa dentro da sociedade, muitas vezes o relato de uma criança que sofre maus tratos não recebe a atenção devida, ou então testemunhas do crime omitem o ocorrido por uma devoção aos princípios da formação familiar. Uma outra forma ativa de violência infantil é no âmbito psicológico, apesar de muitas pessoas ainda não reconhecerem a importância de uma criança psicologicamente estável, é necessário uma infância bem conduzida, para uma vida adulta sem traumas infantis que perduram a vida inteira. Dessa forma, atos como xingamentos e humilhações são ainda pouco reconhecidos como prejudiciais à formação da criança, assim como, agentes violadores de seus direitos que incluem não só a integridade física. Portanto, é necessário uma maior flexibilização da educação familiar, com introdução de diálogos e mais instruções por parte dos pais. A mídia tem papel importante nesse contexto, pois além de noticiar os casos extremos, pode promover campanhas de conscientização parental.