Materiais:
Enviada em: 19/03/2017

Ao longo da história, a ideia de que a repressão, associada ao uso da violência, era o melhor modelo educacional existente fez-se presente entre a população brasileira. Em decorrência disso, os elevados índices de agressões contra crianças e adolescentes assolam o país até os dias de hoje. Física, psicológica ou sexual, a brutalidade a que eles são submetidos são o reflexo de uma sociedade que não se preocupa em ferir os direitos dos demais.         A concepção de que, dessa maneira, a criança será capaz de discernir o que é certo ou errado se institui. Segundo dados da Unicef, cerca de 80% das agressões são cometidas por parentes próximos as vítimas. Ao contrário, os efeitos negativos no desenvolvimento do indivíduo podem ser diversos: a incapacidade de construção de relações interpessoais, dificuldades no aprendizado, transtornos comportamentais, autoestima baixa.      De acordo com a pediatra Marlene Roque Assumpção, o melhor caminho a ser escolhido, a fim de não ferir os direitos infantis previstos, é o do diálogo. É mais eficiente conversar com a criança, com o intuito de mostrá-la a consequência de suas ações do que puni-la fisicamente. Marlene ainda afirma que: "A criança não nasce sabendo as regras, ela precisa que alguém explique o que se deve ou não fazer".        Para certificar, portanto, os direitos infantojuvenis é fundamental que essas violações sejam denunciadas pela sociedade e que o Ministério da Justiça garanta as devidas punições aos responsáveis; que a Secretaria de Direitos Humanos assegure assistência adequada as vítimas e que campanhas de conscientização para sensibilizar a população quanto à necessidade de se basear as relações familiares no afeto e não no autoritarismo sejam adotadas, pois essa não é a melhor forma de educar, mas de criar um indivíduo violento.