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Enviada em: 18/03/2017

Mais família e menos violência                     De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um "corpo biológico" por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos dos cidadãos seja garantidos. Entretanto, no Brasil, isso não ocorre, pois em pleno século XXl as crianças são alvos de violência. Esse quadro de maus tratos com esse setor é fruto, principalmente, de uma cultura de valorização exacerbada do poder dos pais diante dos filhos e de punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo.           Ao longo da formação do território brasileiro, a ideia de poder dos pais sob as crianças consolidou-se e permaneceu forte. Essa concepção abrange a ideologia de que essa classe infantil é vista, pelo seus guardiões legais, como propriedade e, assim, podem educa-los da maneira que os convêm, muitas vezes por meio da violência. Dessa maneira, observa-se que 70% dos casos de agressões contra crianças e adolescentes acontecem em residencias, seja do agressor ou da vítima. Nesse sentido, percebe-se que esses indivíduos agredidos crescem com aquele pensamento que tem os maus tratos como base para formação social. Sendo assim, esse doutrina é passado de geração em geração, o que favorece a continuidade dos abusos.           Além dessa visão de superioridade por parte dos pais, a lentidão e a burocracia do sistema punitivo colaboram com a permanência das inúmeras formas de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Até 2019, a previsão é de que 42 mil adolescentes vão morrer por causa da violência, comprovando a ineficácia do sistema Judiciário. Nessa perspectiva, muitos indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as crianças e não são punidos. Assim, esses são alvos de torturas psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no trabalho.            A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade brasileira. Para que o Brasil seja mais articulado como um “corpo biológico” cabe ao Governo aumentar as fiscalizações nas ruas e o número de funcionários públicos que possam agilizar os casos que necessitam de uma decisão jurídica. Passa a ser a função também das instituições de educação procurar perceber nos alunos sinais que apontem para o indício de violência infantil e caso a confirmação proceda entrar, imediatamente, em contato com uma delegacia local. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação. ”