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Enviada em: 12/03/2017

A Violência da Inconsciência    Segundo dados revelados pela Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a cada dia, em média,129 casos de violência infantil, seja psicológica, física e sexual, são reportados no Disque Denúncia.    A estatística é ainda mais preocupante considerando-se que além dos números elevados que revelam os constantes casos de abusos praticados, certamente eles representam uma porcentagem substancialmente pequena ante os casos não denunciados. Isso acontece porque há todo um conjunto de fatores que dificultam essas denúncias, casos esses, para citar poucos exemplos, de fatores psicológicos como o medo de mães e de outros filhos que também sofrem violência doméstica ou ainda mais grave, no casos de abuso sexual, com uma relação de dominação onde impera a necessidade fundamental do criminoso ameaçar a vítima e da vítima por sentir-se humilhada se esconde na vergonha e num tipo de atitude velada.    Todavia, o fator que acaba tendo papel de maior relevância nessas práticas é uma espécie de mistura de conivência e negligência da sociedade como um todo, ainda que muitas vezes de forma inconsciente. Um crime bárbaro de infanticídio abala a opinião pública, mas um adulto que bate em seu filho é, muitas vezes, visto como alguém que educa. À uma criança que pratica pequenos furtos para sobreviver é atribuída a alcunha de marginal sendo que na verdade ela é apenas mais uma vítima de uma sociedade que não lhe entregou direitos fundamentais como acesso à saúde, educação, alimentação, lazer, cultura, dentre outros.    Por certo, ainda que campanhas constantes nas mídias sejam fundamentais para que se saiba onde denunciar, também é preciso que cada um como cidadão tome consciência que a violência cresce com o incentivo de não se punir os pequenos atos e por isso que só através dessa campanha de conscientização criaremos um cenário favorável para que também se saiba quando e como é importante denunciar.