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Enviada em: 20/03/2017

Parafraseando Jorge Amado   Na mitologia grega, o titã Cronos devora seus filhos para não ter herdeiros e permanecer como soberano, até que três de seus filhos - Hades, Poseidon e Zeus o matam. De um modo radical a fantasia já relatava há séculos atrás a relação conturbada entre pais e filhos, na qual a violência estava amplamente presente. Na sociedade atual, essa violência para com os menores ainda existe, e é uma grande problemática. Diariamente crianças e adolescentes têm seus direitos, que são garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, violados, o que gera inúmeras consequências ao infante.    Convém analisar, antes de tudo, que a violência infantil é um entrave para o desenvolvimento social do país. No livro Capitães de Areia, de Jorge Amado, é retratado um grupo de jovens e crianças que moram em um cais, que foram abandonados ou fugiram de constantes agressões, e que tiram o sustento de constantes furtos, gerando um caos na capital da Bahia. No entanto, o que aconteceu em Salvador há décadas, ocorre diariamente nas cidades brasileiras, e limita, cada vez mais, o acesso das vítimas a seus benefícios, pois essas passam a ser tratadas como delinquentes e devido a isso, não merecem ter seus direitos respeitados.    Ademais, é necessário observar, também, que o tradicionalismo aceita a violência física como elemento de correção educacional. Essa concepção é enraizada no pensamento da sociedade, de tal forma que 70% das agressões aos menores originam do ambiente familiar. No entanto a palmada que é vista pelos pais como método educacional é estudada por psicólogos e tida como uma das maiores causas para depressão, agressividade e outros problemas de relacionamento social.    Fica claro, portanto, que é necessário tomar atitudes para remediar tal problemática. Inicialmente prefeituras municipais devem destinar mais recursos ao Conselho Tutelar para que esse averigue com mais velocidade as denúncias de violência à criança e ao adolescente. Concomitantemente, ONG's e Escolas devem trabalhar na remediação das consequências, fornecendo às vítimas apoio psicossocial para a superação do trauma e reinserção na sociedade. Dessa forma, ao retirar os Capitães de Areia do trapiche e garantindo-lhes o acesso aos direitos básicos será possível gozar de uma cidade com o caos amenizado e uma sociedade livre de traumas.