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Enviada em: 20/03/2017

É consenso em meio às sociedades sociopolíticas atuais que, a violência infantil tem apresentado índices de denúncias alarmantes nos últimos anos. Em 2015 foram registrados por meio do disque denúncia mais de 80 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes. Vale salientar que a violência sexual é o segundo tipo de violência mais recorrente contra crianças e adolescentes, sendo a agressão física a mais comum, conforme estimativas do Ministério da Saúde. Nesse contexto é válido discorrer como legislações mais rígidas e uma educação baseada no diálogo, podem contribuir para garantir os direitos de crianças e adolescentes.                       O aumento dos índices de violência infantil evidencia o estigma social brasileiro de que a violência faz parte do processo educacional. Não obstante as crianças e adolescentes estejam sob a égide do seu próprio estatuto, os pais que praticam a violência contra os filhos se veem no direito de educar os mesmos dessa forma, justificando-se pelo fato de serem seus genitores. Nesse âmbito, essa maneira violenta de educar acaba perpetuando-se por gerações, tendo em vista que esse tipo de violência está relacionado ao modelo familiar e social.                 Apesar das várias formas de denúncia existentes, muitas crianças e jovens não estão incluídos nas estimativas. Como na maioria dos casos a violência ocorre dentro da própria casa, a constatação do fato e a punição dos responsáveis são dificultadas, sobretudo por esse tipo de comportamento violento advir de um modelo cultural. Assim, algumas crianças e jovens acabam fugindo de casa e tornando-se vulneráveis nas ruas, o que acaba sendo algo propício para o envolvimento com as drogas e a criminalidade.  Vale ainda pontuar que, as escolas tem um papel imperioso quanto à problemática, uma vez que, como fazem parte da rotina das crianças e jovens, conseguem identificar possíveis casos de violência doméstica, inclusive através do comportamento.                         Destarte, pode-se perceber que a violência infantil no Brasil é de caráter cultural, o que dificulta a erradicação desse tipo de agressão do país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que o Estado em parceria com a mídia, desenvolva campanhas de conscientização acerca dos efeitos da violência no desenvolvimento físico e mental de crianças e jovens, além da importância da escolha do diálogo familiar à violência. Ademais, é necessário que o Poder Legislativo crie leis mais punitivas, com o objetivo de atenuar a reincidência de casos. As escolas devem proporcionar um campo de debates e palestras, principalmente para os responsáveis das crianças, com o objetivo de mostrar meios mais eficientes e saudáveis de educar.