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Enviada em: 09/10/2017

O infanto-juvenil é visto quando cai? A adolescência é um fenômeno recente. Quando comparada à infância, é ainda mais nova. No Brasil, o sujeito social "criança", desde a colonização, sofre abusos e violências que não cabem no papel. Conforme a classe social, crianças foram submetidas a situações ainda mais esdrúxulas. Nesse contexto, foi construída a civilização brasileira. Calcada em disparidades sociais e invisibilidade da criança e do adolescente.  Infelizmente, passam-se os calendários gregorianos e a circunstância de vulnerabilidade da criança e do adolescente, ainda, é uma constante. De acordo com a Fundação das Nações Unidas para Crianças (Unicef), há a notificação de 129 casos diários de negligência e violência, via Disque 100 (telefone destinado a denúncias de violência infantil no território brasileiro). Ademais, a violação dos direitos humanos sofre o mal da sub-notificação e do mal encaminhamento da situação em si. Isso implica na revitimização do sujeito que já fora violado anteriormente, ampliando riscos de adoecimento e morte. Ironicamente, a violência contra os infanto-juvenis ocorre, sobremaneira, em ambientes considerados saudáveis e seguros. Em casos extremos, a morte não é uma raridade. Estudos sobre as implicações das Experiências Adversas na Infância correlacionam situações traumáticas vivenciadas em tenra idade com doenças (como o câncer) e suicídio. Esses dados não dizem respeito a comportamentos de risco, pelo contrário. Tais pesquisas verificam  desenvolvimento cerebral anormal nesses indivíduos. Desse modo, por mais recente que seja a perspectiva da infância e da adolescência como um fenômeno novo, suas problemáticas são urgentes para o desenvolvimento do país. É mister que efetue-se ampla discussão acerca da violência infanto-juvenil, propiciando que a morte de jovens seja cada vez mais rara. Setores de segurança pública, saúde e educação devem estar preparados para acolher e encaminhar as demandas oriundas dessa situação, de modo a viabilizar saúde hoje e futuramente.