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Enviada em: 05/10/2017

Por um Brasil com cada dia menos Henrys e Bernardos   No Brasil, a violência como caminho para a educação é claramente uma prática incrustada na cultura. Visto que Instituições Sociais como Estado, a Escola e a Igreja usaram da força para fins educacionais no passado, no Brasil, a Família é a única que ainda faz uso desse recurso. Essa afirmação pode ser facilmente confirmada analisando discursos muito disseminados como “ Tem que tomar uma surra para aprender”. Esse quadro se deteriora quando se foca na violência infantil, de acordo com a Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância), 129 casos de violência são denunciados aos disque 100, por dia.    Um ponto que pode ser levantado é a reação geral a respeito da “Lei da Palmada” ou Lei do Menino Bernardo, na qual uma parcela considerável da população abominou o projeto de lei. Isso evidencia uma grande defasagem no setor educacional da Instituição Social Família, demonstra que a cultura da violência evoluiu a tal patamar que cinco crianças, a cada hora, são completamente privadas dos direito humanos mais básicos, e que muitos cidadãos, considerados “de bem”, enxergam isso como uma simples correção.    Um personagem icônico de Stephen King, Henry Bowers, do livro “it”, ilustra muito bem a realidade de muitas crianças e adolescentes. Henry sofre violência física e psicológica em casa, e fora dela é cruel com as outras crianças e chega até enfrentar os adultos. Um adolescente de 14 anos completamente submerso na agressividade. Vale ressaltar que Henry é um exemplo, mas não o único, pois crianças que são violentadas podem responder a isso de diversas formas.    Visto isso, para garantir que os direitos dessas crianças e adolescentes sejam respeitados, é necessário, em primeira instância, que o Estado tome partido dessa grave defasagem de saúde e cultura pública. Em conjunto com o Ministério da Saúde e conselheiros tutelares, deve ocorrer uma melhor fiscalização do cumprimento do ECA, por meio de mais visitas domiciliares e escolares. Além disso, o Ministério da Educação deve introduzir psicólogos em todas as escolas para que haja uma redução de danos diária, na qual os psicólogos vão dar uma base emocional e educacional aos jovens, a respeito desse assunto. O direito à vida, ao respeito e a dignidade precisam, imediatamente, englobar integralmente e sem restrições as crianças e os adolescentes, para que a saúde física e mental do futuro do país seja assegurada.