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Enviada em: 09/10/2017

Violência não cria, apenas destrói       Desde a Revolução Industrial as crianças já eram violentadas. Naquela época, por exemplo, elas eram obrigadas a trabalharem em condições desumanas. Hoje, mesmo com a existência do Estatuto da Criança e do Adolescente que garante leis que as protegem de agressões físicas, sexuais e psicológicas entre outras coisas, elas ainda sofrem devido à ineficácia do sistema.       A cada hora cinco casos de violência contra crianças são registrados no Brasil e 70% das vítimas sofrem as agressões dentro de suas próprias casas, segundo a Secretária de Direitos Humanos (SDH). Esse número pode ainda ser maior, visto que, muitos dos casos não são denunciados, seja pelo fato de serem famílias, na maioria das vezes, vulneráveis não apenas economicamente, mas também de afeto, ou pelos órgãos encarregados não darem conta de todos os casos, devido à grande quantidade.       Crianças que são violentadas se tornam adultos mais propensos a desenvolverem uma variedade de doenças, entre elas o suicídio com 12 vezes mais chances de acontecer em quem sofreu um trauma na infância, de acordo com a pediatra Nadine Burke Harris. Isso, infelizmente, é cultural já que a sociedade é conveniente com a educação baseada na violência, uma vez que a geração dos pais “aprenderam” apanhando é assim que ensinaram seus filhos também.       Violência infantil deve ser tratada como problema de saúde pública e consequentemente medidas devem ser tomadas. O Ministério da Educação e da Saúde devem fazer uma parceria e criar uma Secretária apenas para cuidar dessa área e assim dar conta de todos os casos e ainda disponibilizar agentes para fazerem palestras nas escolas e mostrar as crianças e aos pais que violência não é algo natural e nem educativo, e também orientar que a melhor forma de ensinar é conversando e dando bons exemplos. Como diz o historiador Beneditto Croce “a violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora”.