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Enviada em: 06/08/2018

Segundo Jean-Paul Sarte, filósofo francês, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Sendo assim, é lamentável que atos violentos sejam recorrentes em estádios brasileiros de futebol, visto que há uma incompatibilidade na presença de ações hostis nesses ambientes. Portanto, faz-se necessária uma reflexão a respeito.     Nessa linha de pensamento, é válido destacar que o Brasil lidera o ranking mundial de violência nos estádios. Segundo o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, entre os anos de 1999 a 2012 foram registradas 106 mortes. Tal dado revela a ineficiência tanto do Poder Público como dos clubes de futebol, de um modo geral, no tocante à segurança dentro e fora das arenas, fazendo com que cada vez menos público frequente esses locais, diminuindo, assim, a receita dos clubes e os impostos recolhidos.     Ademais, medidas punitivas exíguas e a falta de sanções exemplares fazem a minoria impetuosa não se intimidar e continuar propagando o medo e a selvageria em ambientes que deveriam proporcionar alegria e entretenimento. Contudo, é importante elucidar o bom exemplo do Estado do Rio de Janeiro, que diminuiu drasticamente o número de ocorrências em seus estádios por meio da implantação de um esquadrão especializado na segurança desses locais: o GEPE, Grupamento Especial de Policiamento em Estádios.     Fica evidente, portanto, a necessidade de criação e de reformulação de táticas contra a violência nos estádios brasileiros de futebol. Para isso, o Ministério da Justiça, juntamente com as secretarias de Segurança Pública de cada Estado, deve seguir o exemplo do Estado do Rio de Janeiro e criar polícias especializadas na segurança dentro e fora das arenas, de modo a assegurar o ambiente pacífico e o transcorrer harmonioso em dias de jogos. Além disso, o Congresso Nacional deve aprovar leis mais severas para crimes cometidos dentro ou fora das arenas, para que eventuais transgressores sintam-se intimidados.