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Enviada em: 13/08/2018

A história da humanidade é pródiga quanto à institucionalização de formas de conduta alimentadas por discursos que supervalorizam a postura individualista em detrimento da coletividade. Nesse sentido, evidencia-se uma fluidez e superficialidade nas relações humanas na era atual, através de uma modernidade líquida, teoria debatida e defendida pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman ao analisar a contemporaneidade. Esta, sob às luzes de tais estudos, é alvo das armadilhas do neoliberalismo e dos mercados, a partir de constantes ataques ao bem-estar, à ética e a autonomia dos sujeitos contemporâneos. Diante desse cenário, é possível refletir sobre a violência nos estádios. E por isso, é necessária uma mudança na postura de alguns torcedores, para abandonarem a mentalidade atual, porque a mesma não é compatível com o bem estar, principal objetivo do esporte, por meio de uma ampla formação humanística, com o objetivo do desenvolvimento social e coletivo de todo o corpo social.       Ao longo da história, firmaram-se discursos de poder que se enraizaram na cultura ocidental, o que auxiliou na construção de “verdades” como a de que através do individualismo e egocentrismo, o que determina uma moral e ideologia vinculada ao sistema econômico de modo que esses processos se perpetuem na sociedade. Essas falsas concepções, disseminadas socialmente, concretizam as relações hierárquicas que naturalizam a busca pelo poder e assim adquirir um bom status dentro das torcidas.       Nos tempos atuais, dominados por uma cultura hedonista alimentada pela sociedade de mercado e seu imperativo consumista, essa postura tem levado a ações irresponsáveis para com a vida em sociedade, como demonstra os casos de violência nos estádios do Brasil e do mundo. No entanto, a era atual é conduzida, majoritariamente, pela lógica individualista, colocando os interesses das torcidas organizadas acima dos valores de todos os outros torcedores.          Torna-se evidente, portanto, que a violência nos estádios ainda é grande no Brasil. Para que isso mude, o governo com auxílio da CBF(Confederação Brasileira de Futebol), deve aumentar a pena para qualquer tipo de briga e casos de preconceito nos estádios. Ademais, a sociedade civil precisa pressionar o Legislativo para a aprovação de leis que proíba os torcedores violentos a frequentarem os jogos de futebol, por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações. Afinal, todos são torcedores possuem os mesmos direitos, inclusive de frequentar os estádios com segurança. Afinal o esporte é um importante meio que possibilita a união das pessoas.