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Enviada em: 24/10/2018

Na Roma antiga, era comum a propagação e normalização de atos violentos como os duelos mortais de Gladiadores no Coliseu, tratados como forma de entretenimento. Hoje, no Brasil, tal padrão agressivo persiste, e é possível que seja observado na violência promovida por alguns torcedores em torneios de futebol, cuja ineficiência do Estado contribui para que permaneça sendo uma triste realidade nacional.   Thomas Hobbes acreditava que, nas sociedades antigas, o homem era o lobo do homem. Tal argumento pode ser associado à pequena parcela de torcedores nos estádios de futebol que distorcem os ideais esportivos - que consistem na valorização e respeito aos adversários -, transformando-os em uma espécie de antro de agressividade, análogo aos embates romanos, mas, desta vez, sendo protagonizados por integrantes das arquibancadas. Dessa forma, ajudam a transformar os campeonatos de futebol em espaços temidos graças a falta de segurança.   Ademais, para Jean Paul Sartre, a manifestação da violência, de qualquer tipo, é uma derrota. A cultura de violência presente no Brasil gera casos de violência não só nos estádios, mas também em seus entornos, onde há continuidade dos ataques. Segundo dados da Empresa Brasil de Comunicação, o Brasil é o país com mais mortes ligadas ao futebol. É nocivo, portanto, que o Estado deixe a desejar no tocante ao policiamento adequado e especializado nos estádios, que contribuem para o clima de hostilidade indiscriminado no meio esportivo.   Fica clara, pois, a necessidade de combate à problemática. O Governo deve, por meio da atividade dos órgãos policiais, promover a segurança nos entornos e no interior dos estádios sempre que houver algum tipo de torneio, mediante treinamento específico ao tema, a fim de suprimir possíveis brigas de torcidas seguindo o protocolo policial, bem como identificar os grupos violentos e puni-los adequadamente. Assim, torna-se possível que o futebol, paixão nacional, seja reflexo de alegria, distanciando-se do clima fomentado nas sociedades antigas.