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Enviada em: 31/08/2018

"No meio do caminho tinha uma pedra". O poema, de Carlos Drummond de Andrade, parece mostrar que algo interfere na trajetória do eu lírico. Dessa forma, posicionando a obra na atual conjuntura brasileira, pode-se afirmar, que a persistência da hostilidade nas arenas, poderia muito bem ser interpretada como um obstáculo que impede a caminhada do país. Dessarte, implica aludir à carência educacional e de políticas punitivas efetivas, como principais elementos para perpetuação da problemática.       Mormente, convém salientar, a ineficiência da formação educacional como causa precípua dessas ações. Nesse sentido, cabe relembrar o pensamento do filósofo prussiano, Imannuel Kant, que dizia que o ser humano é aquilo que a educação faz dele, ou seja, se há a persistência de atitudes ignóbeis, isso é um reflexo da ausência de um embasamento pedagógico. Dado que, com a formação específica de ensinamentos respeitosos e críticos, felizmente, é possível mudar até as situações mais abjetas, como as de violências e insultos nos campos de futebol.       Outrossim, é axiomático ressaltar a impunidade como fator mister a continuidade da brutalidade. Nessa lógica, de acordo com Jean-Paul Sartre: "A violência, seja qual for à maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". Contudo, é indubitável que tanto ofensas, quanto agressões físicas são relevantes e práticas lamentáveis, que precisam, sim, de repreensão. Ademais, visto que é imprescindível uma recriminação, segundo a visão de Thomas Hobbes, o estado através de um contrato social instaura a paz e acaba com o estado de "guerra" entre os homens. Nessa perspectiva, fica evidente, portanto, que o estado deve atuar garantindo a preservação dos direitos fundamentais de casa cidadão, como direito da preservação da vida e assim cessar com as guerras constantes entre os torcedores.           Em suma, infere-se que os impasses supracitados urgem ser elucidados. Destarte, consoante ao sociólogo Karl Marx: "Um problema só surge quando reunidas condições para solucioná-lo". Para isso, primeiramente o Ministério da Educação em parceria com os clubes de futebol, financiados pelo governo, devem promover visitas de jogadores as escolas para ministração de palestras contra violência nas partidas, com o fito de aliar a educação ao esporte desde o ensino básico. Além disso, é indispensável à operação da polícia, de modo que, além do reforço em dias de jogos, também aja com políciais infiltrados e disfarçados, para que antes mesmo do caos ser instaurado, eles consigam identificar os meliantes e prender antes que as coisas possam dar errado. Somente assim, retirando as "pedras" do meio da passagem, que se poderá caminhar em busca de um país com mais alteridade.