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Enviada em: 24/10/2018

José Saramago, em sua obra “Ensaio sobre a cegueira”, retrata uma sociedade despida de altruísmo, cega, não só fisicamente, mas também moralmente. Análogo a isso, no Brasil, a questão da violência nos estádios é um problema social, uma vez que, população e governo fecham os olhos para as consequências geradas por essa progressiva agressividade que afeta, até mesmo, os não envolvidos. Destarte, a falta de segurança, pública e privada, bem como o modelo de educação social são potências dessa problemática, a qual precisa ser atenuada mediante a reformulação de alguns setores.   Convém ressaltar, a princípio, que o descaso com a prudência nesses locais é fator inerente a sua permanência. Sob essa óptica, apesar de já instituído por lei, o combate à violência ainda é ineficaz, tendo em vista o quase inexistente investimento governamental em policiais e fiscalizações. Além disso, os Clubes, responsável por manter a segurança desses locais, muitas vezes, volta-se somente para dentro do ambiente e no momento da partida o que confere um aumento das torcidas organizadas, que já vêm preparadas para o conflito, suscitando em morte e frustração. Com isso, tal fato vai de encontro a Constituição Federal que prevê, sobretudo, o lazer e a segurança como direitos de qualquer cidadão.   Cabe salientar, ainda, a má formação socioeducacional como protagonista desse cenário de violência. Nesse sentido, consoante ao filósofo Arthur Schopenhauer, os limites do campo de visão do ser humano determinam seu entendimento sobre o mundo. Nesse sentido, quando a criança desde cedo foi ensinada a crer no maniqueísmo de que ganhar é a única forma, tal pensamento tem sido incorporado e reproduzido na vida adulta, levando os torcedor a agredir o adversário por achar que seu time é o único merecedor da vitória. Exemplo disso, são as gincanas programadas nas escolas, em que a equipe perdedora é sempre marginalizada, sem haver debates sobre aceitação e superação destes. Com efeito, mostra-se a necessidade de uma reeducação social para atenuar essa atual hostilidade.    É fundamental, portanto, reconhecer a problemática gerada nos estádios brasileiros. Para tal, é a papel do Ministério da Justiça, em parceria com as empresas de Clubes de futebol, implantar um projeto de Segurança nos Estádios, por meio da criação de um cadastramento dos torcedores e melhoria na frota das milícias dentro e fora dos locais, de modo que, atos de violência sejam punidos com prisões e banimento das partidas, com o intuito de garantir uma maior segurança social, fazendo jus a Carta Magna. Aliado a isso, escolas e família, devem educar os pequenos a reconhecer a vitória do adversário, por intermédio de debates e Workshop que trabalhem encima das maratonas ocorridas, a fim de combater a violência e promover uma maior tolerância. Com isso, poder-se-á aumentar o campo de visão dos torcedores e fazer o futebol retornar a ser uma atividade lúdica sem violência.