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Enviada em: 25/06/2017

O futebol como desporto é considerado, por muitos, a grande paixão e caracterizado pela crítica desportiva como o maior fenômeno sociocultural do século XXI. Essa afirmação é fácil de ser observada ao se analisar o amor que os torcedores têm pelos seus clubes. Porém, há certo tempo, uma inquietação vem tomando o dia a dia do torcedor apaixonado pelo futebol: a violência presente, cada dia mais, nos estádios e em seus arredores.  É comum, como fator determinante para a escalada da violência nos estádios, a presença das chamadas torcidas organizadas. Esses grupos “contaminados” por pessoas de índole violenta vão aos jogos para protagonizar cenas de vandalismo, com depredação de patrimônio público e privado, brigas com a polícia e torcedores rivais, espancamentos e mortes. Segundo dados levantados pelo professor e sociólogo Mauricio Murad, especialista em violência no futebol, entre 2009 e 2010, pelo menos 80 torcedores perderam a vida em confronto entre esses bandos.  Nesse sentido, é primordial contextualizar a relação entre essas torcidas e os dirigentes dos principais clubes. Ajudar as organizadas é praxe nas principais agremiações futebolísticas brasileiras, seja com a distribuição de viagens gratuitas, transporte, ou até dando preferência na compra de entradas; os integrantes desses grupos se acostumaram a obter vantagens desses clubes mais populares. Diante disso, é inegável deixar de constatar a corresponsabilidade dos mesmos na crescente violência no futebol.  Portanto, Governo, Legislativo, Judiciário, clubes e federações precisam extinguir o jogo de empurra e virar essa partida à favor da paz. É necessário que todos estes afinem o discurso para intensificar as medidas que identifiquem os maus elementos nas torcidas e os impeçam de frequentar os estádios em dias de jogos. O Legislativo com apoio do Governo, precisa criar leis mais duras para os que cometerem crimes de maior potencial ofensivo. O Governo também deve preparar melhor os policiais para o confronto com multidões, além de promover campanhas educativas em caráter permanente com o auxílio da mídia. Porém, essas medidas só darão algum resultado, se clubes e dirigentes envolvidos com torcidas organizadas forem penalizados com perda de pontos, mandos de jogos e exclusão de competições, multas, além de sanções criminais. Enquanto as medidas não são tomadas, resta à sociedade, apenas torcer.