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Enviada em: 22/07/2017

Para Brizola, político brasileiro, sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento e a violência seria fruto da falta de educação. Esse contexto revela a situação do futebol no Brasil, país que apresenta os maiores índices de mortes entre torcedores em estádios, em que o esporte, em vez de promover união, inclusão social e diversão, gera, progressivamente, mortes e violência. Assim, a intolerância e o desrespeito entre torcedores nos estádios de futebol do Brasil cresce cada vez mais, fruto, principalmente da impunidade, da intolerância e da existência de torcidas organizadas que se relacionam com o grupos criminosos e com traficantes.   Na Idade Média, as lutas entre gladiadores envolvendo a brutalidade e a propagação da violência como manifestação de poder eram justificadas como representação cultural, séculos depois esse pensamento bárbaro ainda perpetua na sociedade, especialmente, nos estádios de futebol. Isso porque os torcedores de times adversários se encaram como inimigos e alimentam uma competitividade exacerbada aliada a um sentimento de dominação e soberania entre esses indivíduos. Dessa forma, esse desejo em alcançar supremacia sobre os demais, sem cultivar atos de respeito e o espírito esportivo saudável reproduz a violência nos estádios e também impede a frequentação de indivíduos de bem, que se sentem amedrontados e optam por não irem aos jogos nesses locais.    Ademais, esse fanatismo descontrolado que compactua com a violência, muitas vezes, fica impune, visto que há dificuldades no reconhecimento desses indivíduos ou que, geralmente, são aplicadas castigos brandos como penas alternativas e a continuidade do julgamento com o criminoso em liberdade, por exemplo. Esses acontecimentos, na maioria das vezes, geram um vandalismo desenfreado na sociedade e no meio urbano, com a destruição do patrimônio público, como a depredação de ônibus, que ocasiona uma consequência negativa direta para a população. Logo, esses marginais infiltrados entre os torcedores prejudicam a prática do futebol no Brasil e aumentam a violência urbana nas grandes cidades.    É evidente, portanto, a necessidade de medidas que mitiguem esse impasse. Cabe a Secretária de Segurança Pública adotar um plano de segurança urgente que envolva o cadastramento de torcedores e dos grupos de torcida, o reforço policial nesses eventos esportivos e o reconhecimento desses vândalos e marginais que afetam a realização do futebol nos estádios brasileiros. Cabe aos meios midiáticos, por sua vez, devido ao seu grande poder de influência e formação de opinião, a disseminação de campanhas que busquem orientar e preparar os cidadãos para essas situações de violência, assim como conscientizá-los e incentivá-los a respeitar e tolerar os times adversários.