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Enviada em: 08/08/2017

Estado de Paz       Torcida, gols, alegria. Esse seria um cenário perfeito, caso não fosse trágico. Isso porque o Brasil carrega um título desonroso no futebol: a violência. E que infelizmente perdura, justificado pelo Estado de violência o qual a população está inserida, bem como a sensação de impunidade que margeia tal problemática. Perante esse fato, se faz necessário então buscar alternativas que abrandem tal situação.       Em primeiro lugar, é importante ressaltar o estado da sociedade que acaba por influenciar atos de violência nos indivíduos. Utilizando do conceito do sociólogo Muniz Sodré acerca do assunto, o que ocorre é um círculo vicioso da violência. Uma vez que os atos executados pelos indivíduos, geram um Estado constante de violência e de suposto medo, o qual glorificam isso como uma única opção de defesa. Da mesma forma, tal conjectura acontece também nos estádios. O ambiente violento acirra os ânimos daqueles que estão levados pelo fanatismo e que, por impulso agem de maneira violenta e irracional.              De outro lado, a impunidade é outro fator que esmaga as chances de haver paz. Segundo o Ministério do Esporte, apenas 3% dos processos de violência no âmbito esportivo acabam em condenação. Uma constatação bem complicada, já que isso viabiliza ainda mais a atuação de atos violentos em jogos. Além disso, há ainda o fato do anonimato, facilitada pelo não efetivo cadastramento dos torcedores que imersos na multidão pensam que tem pleno direito de realizar tais barbáries.              Em virtude do que fora citado, fica claro portanto que, a violência é inerente aos estádios brasileiros de futebol. Por isso, é preciso que Estado em conjunto com as forças de segurança executem medidas para acabar com esse mal. Delegacias especializadas podem ser criadas a fim de agilizar processos e até o próprio cadastramento em sua totalidade dos torcedores para acabar de vez com a sensação de impunidade. Além disso, o disque-denúncias pode ser instrumento importante para cidadãos reportarem algo violento tanto dentro como fora dos estádios. Cabe também a Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios, criado em 2006, sua plena atuação diante desse impasse e que o governo o fortaleça por meio de parcerias e campanhas a sua atuação. E por último, aos torcedores que se portem de maneira pacífica para todos desfrutarem do esporte. Só assim, através de tais medidas, finalmente, abandonaremos a terrível Estado de Natureza - medo, violência - pregado por Thomas Hobbes e cultivaremos um Estado de paz tão almejado por todos.