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Enviada em: 04/09/2017

Pelé. Marta. Neymar. De fato, o futebol é um símbolo nacional, sendo, por vezes, expressão cultural mais popular de nosso território. Entretanto, tal manifestação é , muitas vezes, manchada pelos excessos legais e desvios de conduta entre torcedores, culminando na violência atualmente vista nos estádios brasileiros. Nesse contexto, o país possui entraves estruturais que precisam ser repensados.     Primeiramente, deve-se pontuar o desequilíbrio emocional como fator para essa questão. Sergio Buarque, historiador e sociólogo, define o brasileiro enquanto " cordial", já que esse, muitas vezes, tende a sobrepor a emoção em detrimento da razão. Tal conceito é evidenciado, sobretudo, dentro das arenas futebolísticas, visto a catarse entre time e torcedor. Os cantos, as bandeiras e a vibração são espetáculos mais que justos. Todavia, a problemática começa a partir do excesso passional entre grupos alheios , em que a necessidade de vitória torna-se, em muitos casos, aversão direta ao adversário. O resultado é a promoção de ofensas, discursos de ódio e até enfrentamentos físicos, transformando eventos de lazer em pretextos para instalação de batalhas campais.    Ademais, é preciso ressaltar deficits dentro da segurança pública nesse setor. Nessa perspectiva, tanto o código penal, quanto o estatuto do torcedor não possuem tipificação clara e condizente a gravidade dos crimes realizados nesse contexto, tampouco um cadastro efetivo de líderes e membros de torcidas organizadas. Dessa forma, muitos indivíduos e organizações aproveitam-se dessas brechas legais para perpetuar a realização de atos de ódio e violência, ainda com a imagem do futebol enquanto faixada. Assim, os ideais de entretenimento e coesão social desse esporte são, por vezes, diluídos em meio a conduta criminosa desses grupos, fazendo-se imprescindível um combate legal mais ativo.     A nação, portanto, vive um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial a atuação do Ministério da Educação junto a Confederação brasileira de futebol e redes sociais, como "Facebook" e "Twitter". Desse modo, com a veiculação de campanhas em vídeo que objetivem desconstruir a passionalidade do cidadão, instruindo a importância da racionalidade, no intuito de orientar sobre respeito e empatia dentro dos estádios, minimizando os excessos entre torcedores. Também é necessária a ação do Poder judiciário junto ao Legislativo. Dessa maneira, com a criação de um aparato legal que vise não só tipificar claramente esse tipo de crime, mas também registrando pessoas e organizações envolvidas. Assim, a fim de punier e proibir a entrada desses indivíduos tanto em estádios quanto a assuntos relacionados, desse modo, desarticulando esses grupos e melhor protegendo o verdadeiro e o espetáculo, este realizado estritamente dentro das quatro linhas.