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Enviada em: 03/10/2017

O fato de o Brasil liderar o rankinkg de mortes em estádios mostra o quanto a sociedade é influenciada por valores culturais de legitimação da violência e supremacia no esporte, como os legados das lutas entre gladiadores, na Roma Antiga. Os inúmeros casos de violência em ambientes esportivos mostram que o problema está enraizado sobre três pilares principais: valores culturais de desrespeito entre os cidadãos, execução de leis incapaz de diminuir os casos de brutalidade e má gestão de recursos financeiros, seja por parte das organizações esportivas ou por parte do Estado.           Segundo o site Gazeta do Povo, o perfil da maioria dos torcedores violentos demonstra que estes são desempregados e de baixa ou média escolaridade. Tais dados ratificam que a ausência de educação e ocupação profissional podem desencadear perfis de violência e desrespeito para com o outro, tendo como consequências imediatas a alteração nas relações horizontais e o desequilíbrio social. Isso torna claro que o investimento estatal em educação de grande alcance é fundamental para a resolução de diversos problemas sociais, como o citado.           Ademais, é certo que as leis que cuidam desse tipo de violência, seja ela física ou não, ainda não cumprem com o seu papel fundamental: garantir a segurança, um direito constitucional de todos. Vê-se, nesse contexto, cidadãos que praticam atos agressivos nos estádios e que, além de ficarem impunes, voltam a esses ambientes com a mesma índole, além da grande facilidade de grupos em organizarem atos de vandalismo e agressão, principalmente pelas redes sociais, sem serem descobertos.        Por fim, é sabido que os investimentos voltados para o esporte são suficientes para garantir a segurança e evitar tantos casos de crueldade. A questão é que estes ainda contam com sérios problemas de gestão, associados a um mal muito presente no Brasil: a corrupção. Dessa forma, fica evidente que tanto as organizações esportivas como o Estado devem eleger profissionais de boa competência e ética para liderarem tais investimentos, além de se espelharem em modelos efetivos de segurança nos estádios de outros países, como a Inglaterra.          Portanto, é indispensável que o Estado crie uma polícia nacional especializada em segurança nos estádios, capaz de acompanhar o torcedor em toda a sua trajetória, além de vigorar uma lei responsável por punir torcedores violentos com a impossibilidade de frequentar os jogos e estar nos arredores dos campos por tempo equivalente ao grau do seu ato. É plausível que os atletas promovam campanhas de combate ao problema em suas redes sociais, devido ao grande alcance de público. Além disso, é fundamental que os clubes de esporte criem grupos especializados em monitorar seus torcedores e puni-los, colaborando com o trabalho do Estado.