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Enviada em: 20/10/2017

Coliseus abrasileirados     As brigas nos estádio de futebol tornaram-se cenário comum. O que antes era o lugar das partidas tomarem os holofotes, rodeados por uma rivalidade amistosa entre as torcidas, mesmo com a declaração de certos impropérios, tornou-se um cenário de lutas criminosas entre membros de torcidas organizadas, que roubam o espetáculo dos próprios times, numa espécie de Coliseus abrasileirados. É nesse contexto, que, urge a discussão sobre a violência nos estádios de futebol.    Segundo o sociólogo Robert Merton, alguns indivíduos cometem crimes porque estão respondendo a uma situação social. Esse modelo de pensamento pode ser aplicado nos conflitos que ocorrem nos estádios para explicar suas causas, já que, a situação de ira que é criada por torcidas organizadas e pelo extremismo propagado pela mídia, na qual torcer é ter um amor incondicional pelo próprio time e mostrar supremacia sobre o time alheio, é capaz até mesmo de levar pessoas a cometer crimes, explicando assim a continuidade desses acontecimentos.    Ademais, não só as causas são o suficiente para explicar as várias ocorrências de agressões nas partidas de futebol, mas também as consequências, ou, a falta delas. Numa situação quase paradoxal, a impunidade desses atos se torna combustível para eles, a exemplo dos próprios times que não impõem sanções às suas torcidas organizadas e as comissões futebolísticas que não responsabilizam os times pelos acontecimentos, e, dessa forma, acabam criando uma cultura de impunidade que estimula mais episódios criminosos.    É imprescindível, portanto, mudar as situações que continuam a permitir que a violência tome conta dos estádios. Para tal objetivo, é necessário uma ação conjunta por parte da mídia, dos times e dos organizadores das partidas. De começo, a mídia não deve incentivar a torcida violenta, pelo contrário, há de mostrar que o companheirismo e a rivalidade amistosa fazem parte do sentimento futebolístico. Por outra parte, os times devem responsabilizar e punir suas torcidas organizadas, evitando que voltem a cometer a violência, enquanto a polícia deve ser acionada para a segurança dos locais, de modo a evitar que os Coliseus abrasileirados voltem a tomar contar do esporte símbolo dos brasileiros.