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Enviada em: 02/11/2017

Em canções como "Que País é Esse?" e "Perfeição", Renato Russo denuncia as mazelas da sociedade brasileira. As letras fazem crítica à corrupção, à alienação da população e satirizam a visão que o Brasil transmite ao exterior. Faltou adicionar à lista de críticas a problemática da violência no país, realidade recorrente no cotidiano e que se manifesta em locais variados,como nos estádios durante partidas de futebol ;dados apontam que o Brasil é líder em mortes de torcedores por conflitos de torcida.Desse modo, é válida a análise dos fatores que fomentam a violência nos estádios e por que essa questão exige atuação tanto do poder público quanto de outros setores sociais.        Em face dessa ideia, não se pode discutir violência, focando nos estádios, sem levar em conta os aspectos sociais e culturais no qual se insere o torcedor que parte para o ato de violento, pois, segundo o sociólogo Émile Durkhein, o homem é mais que formador da sociedade, é produto dela. Sendo assim, um fator determinante para a violência nesse contexto é o fanatismo do torcedor, que, devido ao legado cultural brasileiro em relação ao futebol, esta presente por todo país. A situação de fanatismo, que se caracteriza por uma atitude radical e compulsiva, é agravada nos jogos por se tornar coletiva e sujeita a outros fatores externos que fomente o individuo, como a falta de educação dos demais presentes, a falta de segurança local e o excesso de bebidas alcoólicas.      Sob essa ótica, é possível concluir que o resultado dessa violência, que vai de agressão verbal, física e material, se transforma em ônus para variados segmentos da sociedade. Partindo do pensamento de Durkhein de que a sociedade é como um corpo biológico com órgãos dependentes entre si para a sobrevivência, fica evidente a necessidade do trabalho em conjunto do setor público, particular e social para dar um ultimato na questão. O setor particular é afetado economicamente de modo direto, tendo de arcar com despesas extras para a manutenção do estadio;o poder publico deve agir de prontidão uma vez que envolve sua estrutura e cidadão, sendo seu dever garantir a harmonia.A sociedade deve participar dessa reconstrução social pois é sua ética, momento de lazer e cultura que estão sendo comprometidos.         Ademais, para que de fato essa problemática seja combatida, é necessário  mudança no modo de pensar e agir do torcedor. Em uma primeira visão, os estádios devem investir na estrutura e segurança, contratando fiscais treinados para a situação; os clubes, como ponte direta entre time e torcedor,deve instruir os jogadores a sempre manter uma postura pacífica em campo, afim de servir como modelo.Dando continuidade, deve ser trabalhado pelo Estado, para toda a população, a valorização consciente da cultura através de campanhas, visando diminuir o fanatismo sem acabar com a paixão.