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Enviada em: 25/10/2017

Em Modernidade Líquida, o sociólogo Zygmunt Bauman advoga que a contemporaneidade vivencia a experiência do fim das instituições, não há ideia de futuro, o presente tornou-se efêmero. Na concepção do pensador polonês, vive-se em uma sociedade em que os indivíduos não possuem um padrão de referência. A partir dessa lógica, cabe uma reflexão sobre a violência nos estádios brasileiros, uma vez que crescem episódios violentos nesses locais. Diante dessa perspectiva, deve-se analisar como a liquidez da pós-modernidade fomenta esses atos e por que as torcidas organizadas constituem parte do problema.       Define-se, nesse caso, como ponto de partida, a necessidade de compreender que a crise das instituições sociais contribui para potencializar o quadro. Nesse sentido, confirma-se a visão de Bauman, na medida em que a cultura da violência, a falta de respeito e de empatia pelo próximo se fazem presentes e refletem as mazelas sociais do país. Ao seguir esse olhar sociológico, percebe-se que a ida ao estádio, que deveria ser motivo de alegria e inclusão, defendida pelos próprios clubes, tem sido para muitos momentos de medo e tristeza. Vê-se, pois, que as autoridades governamentais devem garantir a segurança em tais ambientes para que, de fato, esse esporte possa ser apreciado pelos cidadãos.        Outra questão relevante, nesse debate, harmoniza-se com o pensamento do filósofo Immanuel Kant. Segundo ele, o humano é dotado de razão, logo, configura-se como sujeito do conhecimento. No entanto, verifica-se que a presença de pessoas ligadas ao tráfico de drogas e armas infiltradas nas torcidas organizadas, acentua o caos observado nas arquibancadas, demonstrando que esses indivíduos não agem com razão. A par dessa ideia, é preciso observar, ainda, que a impunidade leva a promoção de mais conflitos, desordem e, inclusive, mortes. Isto posto, evidencia-se a importância da aplicação das leis existentes na tentativa de evitar esse cenário.        O desafio que se constrói, a partir da realidade exposta, é promover ações que minimizem a violência nos estádios. Para isso, é imprescindível que a Secretaria de Segurança disponibilize mais policiais para esses locais nos dias de jogos, a fim de manter a ordem para que mais pessoas possam desfrutar de um momento de lazer. Além disso, é importante que o Poder Judiciário, em parceria com ONGs, fiscalize o cumprimento do Estatuto do Torcedor, com o intuito de garantir a punição dos criminosos. Com essas ações, acredita-se que o futebol será visto, realmente, como o esporte nacional.