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Enviada em: 27/10/2017

Desde a Idade Média, os atos de violência eram associados a manifestações de imposição e poder. Diante deste cenário, os jogos entre os gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, sucediam ao público a afeição à brutalidade e a justificativa baseada nos valores culturais. No entanto, após séculos de avanço e proteção dos direitos humanos, alguns indivíduos ainda refletem esses traços na competição esportiva, como fazem muitos torcedores brasileiros nos estádios de futebol. Observa-se então, a necessidade da adoção de medidas que visem reverter esse quadro e promover um retorno ao estado de bem-estar social do país.        Entender o avanço dessa violência é reconhecer que a mídia atua como principal impulsionadora da valorização de um sentimentalismo aos times e, assim, pode até mesmo ajudar a converter essa paixão pelo futebol em um verdadeiro estilo de vida. Neste sentido, os torcedores adotam erroneamente a metáfora conceitual "futebol é guerra" e encerram as partidas como um combate. Desse modo, cria-se um nacionalismo imperativo, ou seja, vê-se o time e a torcida adversários como inimigos em potenciais, vide as torcidas organizadas as quais usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia de uma equipe sobre a outra.       Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, inclusive, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendido pelos próprios clubes. Observa-se então que a segurança dos estádios de futebol do Brasil é ineficaz, visto que, muitas vezes, os agressores não são identificados ou recebem leves advertências, enquanto que para as vítimas que sofrem de violência física ou moral, os danos podem ser irreversíveis.      A violência nos estádios, portanto, é uma realidade brasileira e que, por estar se tornando corriqueira, demonstra a importância da adoção de medidas que visem solvê-la. Assim, para que o Brasil seja mais articulado em seu contexto sócio-espacial cabe ao governo, em parceria com os times de futebol e com as delegacias do país, a criação de um disque denúncia das torcidas o qual seria uma medida repreensiva no curto prazo, preventiva no médio, porque evitaria o foco do conflito e, educativa no longo prazo pois aproximaria os setores pacíficos da autoridade policial, através do anonimato. Passa a ser função também dos clubes não serem coniventes com os torcedores vândalos, por meio do envolvimento dos craques das equipes em pronunciações que conclamem as torcidas pela paz, mostrando que o adversário não é seu inimigo. Com a adoção dessas medidas, pode-se acreditar em uma gradativa minimização do entrave supracitado.