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Enviada em: 01/11/2017

Razão Líquida  Na concepção do filósofo alemão Kant, a razão é a funcção reguladora da atividade do sujeito do conhecimento. Nessa perspectiva, ao se discutir sobre a violência nos estádios, é preciso compreender que a valorização ou não da razão determinará se o indivíduo efetuará esse ato. É perceptível que, mesmo com todos avanços vivenciados pela sociedade contemporânea, ainda vigoram práticas hostilizantes nos campos esportivos. Diante dessa realidade, cabe analisar de que modo a cultura da selvageria se manifesta nesse contexto e observar como isso afeta a comunidade.  Em primeiro plano, é necessário pontuar que a falta de racionalidade contribui para a disseminação da cultura da violência. Nesse sentido, confirma-se a concepção de Kant, na medida em que a desvalorização da razão desencadear atitudes ofensivas. Isso significa que a proliferação da violência está intimamente ligada às características do homem, quando tomados por emoção. Vale ressaltar que, nos estádios esse quadro não se mostra diferente: altos índices de violência entre torcedores de times rivais, motivada por diferenças ideológica.Verifica-se, desse modo, que essa falta de tolerância desmotiva a ida de pessoas de boa índole aos estádios, desfavorecendo, assim, o usufruto desse lazer. Outra questão pontual, nessa discussão, coaduna-se ao pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman. Conforme o pensador polonês, os atores sociais vivenciam tempos líquidos. Nessa perspectiva sociológica, compreende-se que a efemeridade e a fluidez das referências humanas como religião e família, implicam, de forma negativa, nas atitudes desse. Cabe destacar que esse quadro é levado às arenas desportivas e gera consequências desagradáveis à coletividade, como elevadas taxas de mortalidade e aos espaços físicos da cidade, haja vista que podem, também, ocorrer depredações do Patrimônio Público. Por conseguinte, não há dúvidas de que medidas são necessárias, com vistas a reverter esse quadro.  É determinante, então, para a desconstrução desse cenário, que haja concentração objetiva em diretrizes que formulem mudanças. Posto isso, cabe ao Ministério do Esporte, em parceria com entidades esportivas, trabalharem de forma integrada na fiscalização da venda de ingressos e do acesso de pessoas aos estádios, com o fito de que seja proibida a entrada de instrumentos que possam ser usados em possíveis casos de confronto. Ademais, o Ministério da Justiça deve criar uma legislação específica para partidas esportivas, de modo a suplantar brechas nas atuais leis, punir de forma mais contundente os envolvidos. Com essas ações espera-se que os atores sociais possam, de fato, como advoga Kant, ser sujeitos do conhecimento e vivenciar a experiência de harmonia ética e moral.