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Enviada em: 18/10/2017

Desde a Idade Média, os atos de violência eram vinculados às manifestações de imposição e poder nos jogos. No entanto, após séculos de avanços e proteção aos direitos humanos, alguns indivíduos ainda refletem esses traços na competição esportiva. Diante disso, vários fatores contribuem para o desencadeamento do problema. Em primeiro lugar, a rede midiática colabora para a valorização do sentimentalismo ao time. Além disso, o desrespeito com torcedores pacíficos é evidente.       Devido a progressão do sentimentalismo aos times, impulsionado pelas mídias, a paixão pelo futebol converteu-se em um estilo de vida. Nesse sentido, os torcedores adotam erroneamente a metáfora conceitual " Futebol é guerra" e encaram partidas como combates. Assim, vê-se o time e a torcida como inimigos potenciais. Dessa forma, cria-se as torcidas organizadas. Por sua vez, essas utilizam a agressão para representar algum tipo de defesa e supremacia de um time sobre outro.        A impunidade dessas ações hostis favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, até mesmo, inverte a visão do esporte como método de inclusão social, defendida pelos próprios clubes. Exemplo disso é que o Brasil lidera o ranking entre países que contém mais mortes em estádios de futebol, o que comprova que a segurança nesses lugares é ineficaz, visto que, muitas vezes, os agressores não são identificados ou recebem leves advertências, enquanto que para as vítimas os danos podem ser irreversíveis.        É imprescindível, portanto, a mudança na conduta daqueles que usam a ferocidade para se imporem diante de outros times. Para isso, o Brasil deve se basear em países com referência em segurança nos estádios, como a Inglaterra; que sofreu ataques segregacionistas e repressivos de grupos chamados " Hooligans" e , para combatê-los, fez o cadastramento de torcedores, o uso de reforço policial e expulsão temporária dos que desviarem da pacificidade entre jogos. A mídia e os clubes podem promover campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da Idade Média se converta em um coletivismo ético e que auxilie a integração social do esporte.