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Enviada em: 29/10/2017

Os jogos entre gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, empolgavam a plateia devido à violência realista com que os combates era travados, justificando tal ato nos fatores culturais. A contemporaneidade brasileira é marcada pelos inúmeros casos de violência nos estádios de futebol e, assim como em Roma, os casos brasileiros são justificados pela cultura vigente. Apesar dos avanços do Estado em combater essa problemática, essa situação se faz recorrente, necessitando de uma maior visibilidade na sociedade e inovações nas ações governamentais.      Em primeiro lugar, é de suma importância analisar e compreender o cenário e as causas desse problema. A história da paixão nacional pelo futebol se fomenta no Regime Militar, em específico no governo do ex-presidente Médici. Esse período foi impulsionado pelas propagandas e campanhas nacionalistas envolvendo o esporte e o desenvolvimento de um novo sentimento, a rivalidade esportiva entre os indivíduos da sociedade brasileira. Hodiernamente, a rivalidade está intrínseca nos jogos entre os times do país, sendo os casos mais frequentes quando os jogos acontecem entre equipes do mesmo estado, principalmente em partidas de equipes das capitais estaduais. Prova disso está na confusão entre torcedores dos times Vasco da Gama e Flamengo, em outubro de 2017, na qual 2 participantes foram baleados e 77 detidos.    Ademais, é necessário analisar também a conjuntura das instituições organizadoras de torcida no país. De acordo com o sociólogo Maurício Murad, "o aumento das mortes de torcedores durante partidas de futebol está diretamente ligado ao envolvimento de integrantes das torcidas com o crime organizado". Tendo como base o envolvimento de membros das torcidas organizadas no crime e no tráfico de drogas, essa situação acaba acarretando que as agressões não seja apenas pela rivalidade esportiva, mas também pela competição na soberania no tráfico de entorpecentes nas cidades.    Toda essa discussão estabelece uma conduta que requer mudanças improrrogáveis. Logo, é preciso que o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios realize a identificação biométrica dos torcedores e invalide a entrada dos fixados em delegacias por envolvimento em confusões de torcidas organizadas nos estádios por um certo período de tempo, que no caso será até a pena seja cumprida, a fim da diminuição de brigas nos estádios. Além disso uma reformulação deve passar pela educação, dessa forma, sendo necessário que o Ministério da Educação, junto com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), confeccionem cartilhas sobre a violência nos estádios e o que ela pode acarretar, com a finalidade da educação com vistas à ética e a moral dos futuros torcedores. Com tais ações, realidades como a da Roma Antiga e a do Brasil atual não serão recorrentes.