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Enviada em: 31/10/2017

Ameaça à cultura do futebol       A concretização da identificação cultural brasileira com o futebol remete às tentativas de legitimação social, por meio de símbolos artísticos e esportivos, promovidas por Getúlio Vargas. Dentro dessa perspectiva, internalizou-se culturalmente, no Brasil, a prática desse esporte. Todavia, sabe-se que, frenquentemente, ocorre algum tipo de violência nos estádios. Sendo preponderante analisar o porquê dessas ocorrências e inferir suas respectivas consequências, a fim de combatê-las.      Em primeiro plano, segundo o Estatuto de Defesa do Torcedor, a prevenção da violência nos esportes é de responsabilidade do poder público e das entidades esportivas em geral. Desse modo, a ocorrência de violência nos estádios é resultado da ineficácia de planos de ação que garantam a segurança e a conscientização dos torcedores. Nesse sentido, a exigência de um amplo efetivo de seguranças e campanhas publicitárias de advertência mitigam essa problemática.       De outra parte, a constância de casos de agressões nos estádios cria um ambiente de insegurança e medo que cerceia a liberdade dos indivíduos. De modo análogo e explicativo, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra "Medo Líquido", analisa a intensificação da difusão do medo em decorrência da falta de confiança de um órgão regulador; o que, de forma consoante, é consequência do não cumprimento pleno do Estatuto do Torcedor. Assim, o usufruto da cultura futebolística brasileira esbarra na carência da garantia dos direitos individuais.       Urge, portanto, que o Poder Executivo, na figura do Ministério do Esporte, junto ao Poder Legislativo, institua um número mínimo de medidas de segurança para garantir a realização plena dos eventos esportivos, mediante a criação de uma lei que torne obrigatório a presença de segurança e policiais proporcionalmente ao número de torcedores, a fim de garantir, além de atitudes remediativas, a repressão simbólica em prol da inibição prévia dos casos de violência e, também, prover à população a sensação de seguridade. Como também, antes do início das partidas, com o fito complementar de repressão prévia, veicular nos telões e alto falantes mensagens de advertência e esclarecimento que qualquer ato de violência acarretará em punição segundo o Código Criminal. Destarte, assegurar aos torcedores e apreciadores da cultura do futebol o pleno gozo de seus direitos ao irem aos estádios.