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Enviada em: 01/11/2017

Coletivismo ético  Desde a idade média, os atos de violência eram vinculados às manifestações de imposição e poder. Diante desse cenário, os gladiadores lutavam no coliseu, em Roma, e afeiçoavam o público à brutalidade, com justificativas baseadas em valores culturais. No entanto, após séculos de avanços e proteções dos direitos humanos, alguns indivíduos ainda refletem esses traços na competição esportiva, como fazem muitos torcedores nos estádios de futebol.    Em primeiro lugar, a mídia impulsiona a valorização do sentimentalismo aos times e, ajuda a converter a paixão pelo futebol em um verdadeiro estilo de vida. Nesse sentido, os torcedores adotam a metáfora de que “futebol é guerra” e encaram a partida como um combate. Assim, cria-se um nacionalismo imperativo, ou seja, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais, como as torcidas organizadas. Essas usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia.   Ademais, a impunidade dessas ações hostis favorece o continuo desrespeito a aqueles que vão apenas para apreciar a partida. Como prova disso, o Brasil lidera o ranking dos países com maior número de mortos dentro de um estádio de futebol, evidenciando, além de tudo, a ineficácia na segurança. Dentro dessa lógica, a identificação e advertência aos agressores configuram-se como essenciais para que a violência física, moral e danos irreversíveis possam ser evitados.    Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para atenuar a problemática. E para isso, o Brasil deve basear-se com o modelo de segurança da Inglaterra, ou seja, promover o cadastramento de todos os torcedores, aumentar o reforço policial e expulsar temporariamente aqueles que atrapalharem o desenrolar das partidas. Além disso, a mídia e os clubes devem incentivar campanhas de conscientização ao público, a fim de que o reflexo arcaico da idade média possa ser convertido em um coletivismo ético que auxilie na integração social do esporte.