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Enviada em: 21/03/2019

No Brasil, a desigualdade social e racial têm seu início nos primórdios da colonização, período no qual indígenas e negros eram considerados uma sub-raça. De tal modo que, esses povos ao longo dos anos pós Lei Áurea, juntaram-se em aglomerados desordenados em áreas periféricas às cidades, formando favelas. Tais áreas tiveram um aumento exponencial a partir da década de 1970, com a ocorrência do êxodo rural. Certamente, essa marginalização da população, somados a anos de exclusão social e falta de oportunidade de empregos, resultou no aumento da violência urbana e criminalidade.     Indubitavelmente, a questão que tange a desigualdade social é muito mais complexa, já que, envolve diversos fatores relacionados a exclusão social, e esse fato já começa na infância, como no caso noticiado pelo site de notícias G1, em que uma excursão de uma escola pública rural de Guaratinguetá-SP, foi barrada de ingressar a um shopping classe A, com a alegação de que aquele ambiente era exclusividade da elite. A priori, o que deveria ser um espaço público, tornou-se um móvel de exclusão. Fato que, pode gerar no infante um sentimento de angústia, tristeza e inclusive agressividade, que por sua vez, quando mantidos por muitos anos, podem resultar em violência.     Outrossim, o ambiente das comunidades pode favorecer a entrada dos jovens - sem perspectivas de um futuro promissor - para o mundo do crime através do tráfico de drogas, de armas e prostituição. Segundo as últimas estatísticas a respeito da violência no Brasil, promovida pelo Ministério da Saúde e publicada pela BBC Brasil em 2016, demonstram que houveram 62.500 casos de homicídios naquele ano, dos quais 50% eram de jovens entre 15 e 29 anos, e que ademais, o número de vítimas negras tem crescido ano após ano.     Assim sendo, faz-se necessária uma intervenção profícua e urgente, na qual as políticas públicas voltem-se atentamente para a base do problema, que envolvem fatores como escolas degradadas e ultrapassadas, tanto em suas estruturas físicas, como na metodologia pedagógica; a falta de um complexo de cultura e lazer para crianças e jovens nas periferias, nas quais possam desenvolver os seus talentos e se sentirem valorizados; investimentos em ONG's que desenvolvam atividades lúdicas e esportivas, que além de afastarem o jovem da criminalidade, permitem que ele se descubra como protagosnista de sua própria história. E também, a reformulação de programas que auxiliem o jovem a ingressar no mercado de trabalho, essas ações, certamente, poderiam diminuir a violência urbana no Brasil.