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Enviada em: 21/03/2019

As cidades brasileiras, em sua grande maioria, não possuíram um ordenamento adequado na sua formação. Assim, sem uma estrutura eficiente, problemas urbanos foram gerados e, à medida que esses centros cresciam, as mazelas se agravaram. Desse modo, a violência urbana estruturou-se na conjuntura da sociedade. Consoante a isso, é possível inferir que essa realidade deve-se às questões de cunho político-social, além de evidenciar a banalização do mal nas relações que permeiam o tecido social.                A priori, com o fim da escravidão dos negros, no século XIX, foi  notório a carência de medidas com o intuito de favorecer essa parcela da sociedade, consequentemente, muitos acabaram vivendo à margem do desenvolvimento econômico. À vista disso, diante da marginalização que estavam sujeitos, a criminalização tornou-se um caminho, tanto que, nos presídios do Brasil é visível que os negros compõem, majoritariamente, a população carcerária. Dessa forma, é evidente que a violência está relacionada com questões de cunho político e social, uma vez que a falta de medidas com o intuito de beneficiar o bem-estar do cidadão fomentam a eclosão de mazelas.             Outrossim, a brutalidade dos atos de agressão que são noticiados diariamente, nos mais diversos veículos de comunicação, revelam como o homem tem se tornado cada vez mais indiferente com o seu semelhante. Essa realidade, por sua vez, reverbera o que elucidou Hannah Arendt sobre a banalização do mal, no julgamento do nazista Adolf Eichmann, para ela o sistema massifica a sociedade a tal ponto que o homem não consegue realizar julgamentos sobre suas ações, ou seja, a uma normalização acerca do que é desumano. Dessarte, a sociedade hodierna se apresenta de uma forma, na qual os atos de violência se tornam banais e, assim, permeiam as relações do tecido social.              Logo, é necessário que as ONGs venham, por meio de manifestações, cobrar do Poder Legislativo o desenvolvimento de projetos com o intuito de favorecer às populações mais carentes, como aulas técnicas e profissionalizantes, além de proporcionar oportunidades de emprego, a fim de que os problemas de cunho político-social sejam atenuados e, por fim, esses não sejam tragados pelo crime. Ademais, é imprescindível que os Sistemas Educacionais  venham, mediante palestras, elucidar para a sociedade brasileira a necessidade de desenvolver um pesamento crítico sobre o comportamento, ao mostrar, por exemplo, a conduta de Eichmann e as ponderações de Hannah, com intuito de que a banalização do mal nas relações sociais sejam mitigadas. Só assim, a questão da violência urbana no Brasil será solucionada.                    .